Populações de gafanhotos começaram a afetar lavouras de soja em Santo Augusto, São Valério do Sul e Bom Progresso, cidades do Noroeste gaúcho. Fiscais da Secretaria da Agricultura (Seapdr) estiveram hoje nesses municípios vistoriando as áreas atingidas e delimitando os focos do problema. Desde sábado, a presença dos insetos começou a ser notada por produtores na vegetação nativa, principalmente na árvore timbó. Áreas pequenas de soja, próximas à mata, também foram alvo. O secretário da Agricultura, Covatti Filho, informou que já contatou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e que o Estado vai ter apoio para o controle da praga.
O técnico agrícola do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Santo Augusto, Luiz Carlos Pommer, conta que os insetos podem ser vistos em uma área de mais de 500 metros nos dois focos de infestação atingidos no município. A preocupação dos produtores é que essa população se multiplique e parta de forma agressiva para as lavouras, assim que terminar a oferta de timbó na mata. Os agricultores aproveitaram a presença dos fiscais estaduais para se informar sobre o manejo correto dos insetos, visando não prejudicar a biodiversidade local.
O chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Seapdr, Ricardo Felicetti, explica que os gafanhotos são de espécie nativa e não são considerados pragas no Rio Grande do Sul. Ele esclarece que não se trata de uma nuvem de gafanhotos e nem de espécie migratória como as registradas na Argentina nos últimos meses. Também não há relação entre os insetos monitorados no Noroeste gaúcho com os focos descobertos próximo à fronteira, na Argentina, na semana passada. Felicetti comenta que as equipes da secretaria percorrerão os focos para demarcar a área que pode vir a ser afetada e dimensionar a relevância desse evento. Segundo Felicetti, as condições climáticas e duas estiagens seguidas podem ter colaborado.