Cargas explosivas são encontradas após fuga da quadrilha que atacou banco em Criciúma

BOPE da PMSC recolheu o material que estava pronto para detonação por celular dentro de um veículo

Foto: Reprodução

Cerca de 40 cargas de explosivos foram recolhidas e desativadas na manhã desta terça-feira em Criciúma pelo Esquadrão Antibombas do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC). Os artefatos de detonação foram abandonados pela quadrilha que atacou o Banco do Brasil entre a noite de segunda e madrugada desta terça-feira. Parte deles estava em um Fiat Mobi, de cor vermelha, estacionado.

“É um tipo de explosivo bem expressivo, identificado como metalon, com cordéis detonantes, espoletas e estopins, inclusive este material estava pronto e podia facilmente ser detonado. Tinha até celular no explosivo para ativá-lo”, observou o comandante do BOPE, tenente-coronel José Ivan Schelavin, à imprensa local. “Se fosse explodir tudo junto podia abalar um prédio”, acrescentou.

Uma varredura foi realizada também no interior da agência bancária atacada com explosivos. Detonadores eletrônicos foram recolhidos no local. O BOPE da PMSC enviou cinco equipes para a área.

Além dos artefatos de detonação, a quadrilha, formada por cerca de 30 criminosos fortemente armados, deixou para trás um malote contendo cerca de R$ 300 mil em dinheiro retirado dos caixas eletrônicos destruídos. Dez veículos de luxo foram usados na fuga, sendo abandonados em um milharal nas imediações de um rio na localidade de Picadão, em Nova Veneza, distante em torno de 18 quilômetros de Criciúma.

Durante o ataque, os criminosos atacaram a tiros o prédio do 9º Batalhão de Polícia Militar da cidade, colocando inclusive um caminhão baú em chamas na frente do prédio. Explosivos foram deixados no local.

Ao estilo da modalidade Novo Cangaço, os bandidos renderam quem estava na rua, como populares e funcionários municipais que pintavam a via pública. As vítimas foram mantidas reféns e usadas como escudos humanos. Um policial militar, de 32 anos, ficou ferido gravemente no abdômen no confronto com os criminosos. Um vigilante que trabalhava no momento do ataque também teve ferimentos.

Na BR 101, a quadrilha ateou fogo um caminhão na saída do túnel do Morro do Formigão, em Tubarão, para bloquear a rodovia. Miguelitos foram espalhados no trecho. Logo após a fuga da quadrilha, quatro pessoas foram presas em flagrante por furtarem em torno de R$ 810 mil em cédulas de reais, que ficaram espalhadas na rua.

O comandante do 9º BPM da Polícia Militar, tenente-coronel Cristian Dimitri, destacou a envergadura do ataque e o uso das armas empregadas pelos criminosos. “É um tipo de armamento não comum. São munições de fuzil calibres 556 e 762, além de calibre 50. São munições de alto poder bélico, utilizado em guerra, munições supersônicas”, destacou à imprensa da região.

Já o delegado Márcio Campos Neves, da Diretoria Estadual de Investigações Criminais da Polícia Civil, declarou que permanece uma incógnita como a quadrilha fugiu após abandonar os dez veículos. “Não sabemos como eles fugiram, mas não descartamos que eles tenham se evadido com um caminhão”, disse.

Vídeos mostram parte da ação da quadrilha

Vídeos feitos por moradores do Centro de Criciúma flagraram parte da ação da quadrilha que atacou uma agência do Banco do Brasil e um Batalhão da Polícia Miltiar local durante a madrugada desta terça-feira. O crime terminou com um PM e um vigilante feridos na troca de tiros.

As imagens, feitas por Helmy Raul Berlinck Jr. e Rafael Berlinck, foram enviadas ao Correio do Povo. Elas mostram os criminosos atirando e gritando palavras de ordem. Eles fazem vários disparos com armas de grosso calibre.

Rafael Berlinck enviou um depoimento para reportagem e relatou como foi ataque do grupo. “Eles chegaram à cidade já bloqueando o batalhão e atirando. A intenção era intimidar e ainda colocaram um caminhão em frente ao portão e depois colocaram fogo. Em seguida, foram até o Centro, isolaram a área, principalmente aquela que abriga todos os bancos, entre eles o Banco do Brasil, que é o principal distribuidor da região. Eles tinham homens em quase todas as esquinas, três, quatro caras com um carro, enquanto o restante ficava na agência”, relatou.

De outro local do Centro de Criciúma, é possível ouvir os disparos dos criminosos. O ataque ocorreu pouco depois das 2h. Depois de explodir a agência, o grupo conseguiu fugir com uma quantia ainda não revelada de dinheiro.