TCU cobra da Saúde “liderança” e explicações sobre testes de Covid perto da validade

Do total estocado, 96% (cerca de 6,86 milhões de unidades) perdem a validade em até dois meses

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Benjamin Zymler cobrou explicações do Ministério da Saúde sobre os cerca de 7 milhões de exames RT-PCR, revelados pelo Estadão, encalhados em um armazém do governo federal. Os exames vencem em dezembro e janeiro.

Durante sessão do tribunal nesta quarta-feira, Zymler disse que o ministério deve adotar “posição centralizada de liderança para coordenar a atuação em todo o Brasil”, em vez de alegar que envia insumos, como testes, apenas quando há pedidos dos entes da Federação.

De acordo com o Estadão, o questionamento chegou à Saúde ainda na segunda-feira. A pasta vai ter até cinco dias para responder sobre o estoque de testes RT-PCR, além de apresentar contratos de compra desses insumos e explicar por quais motivos não distribuiu os exames. O ministro também questiona o que a pasta vai fazer para evitar o descarte dos testes.

Relator de processos sobre a ação da Saúde durante a pandemia, Zymler disse que a ideia é “evitar a ocorrência de desperdício de recurso público”, caso os testes expirem. Do total estocado, 96% (cerca de 6,86 milhões de unidades) perdem a validade em até dois meses.