“Que sirva de exemplo para que outras famílias não sintam essa dor”, pede pai de João Alberto

Acompanhado da nora, João Batista Rodrigues Freitas esteve na sede da Defensoria Pública do RS

Fotos: Alina Souza/Correio do Povo

A família de João Alberto Silveira Freitas, morto na última quinta-feira após ser espancado e asfixiado na saída de uma unidade do Carrefour em Porto Alegre, segue acompanhando de perto os desdobramentos do assassinato. Muito emocionado, o pai da vítima, João Batista Rodrigues Freitas, esteve na sede da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul (DPE/RS) nesta terça-feira (25) para saber detalhes da ação coletiva ingressada pelo órgão contra a rede de supermercados.

Acompanhado da nora e viúva de João Alberto, Milena Borges Alves, o aposentado voltou a pedir que a Justiça cumpra o seu papel na intenção de evitar a repetição da história que custou a vida do filho. “Que esse ato sirva de exemplo, para que não aconteça mais. Não só pelo valor da indenização, mas é preciso levar em consideração que esses casos não podem existir na nossa sociedade. Já que aconteceu na minha família, que isso seja aproveitado para que outros não sintam essa dor”, lamentou.

O pai de João Alberto também deu detalhes sobre as ligações que recebeu nos dias que sucederam o crime. “O presidente do Carrefour, que eu não me recordo o nome, entrou em contato. Uma outra pessoa, que diz ser diretor do supermercado, também ligou. Ele prometeu um valor em cestas básicas. Nem prestei a atenção nisso. Me recuso a acreditar que fosse uma pessoa da empresa. Creio que foi um terceiro”, afirmou João Batista.

Viúva ainda não voltou para casa

Bastante abatida, a esposa da vítima, Milena Borges Alves, contou que ainda não voltou para casa desde o assassinato do marido. Ela tem passado os dias na residência da mãe. “Por enquanto eu não me organizei. Até hoje não tive tempo de parar e deixar a ficha cair. A dor não vai passar assim, mas toda essa movimentação é um caminho andado”, disse.

Os familiares de João Alberto evitaram falar sobre as eventuais ações judiciais que moverão contra o Carrefour a o Grupo Vector, empresa que contratou os seguranças responsáveis pela morte do homem. Entretanto, os representantes da Defensoria Pública presentes no local se mostraram disponíveis para levar o caso adiante.