Coronavírus: Leite avalia impor novas restrições nas próximas três semanas

Para o governador, Rio Grande do Sul já vive a segunda nova onda de contágio por Covid-19

Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

Os moradores do Rio Grande do Sul podem voltar a conviver com normas mais rigorosas para o controle da Covid-19 nas próximas semanas. A avaliação do Palácio Piratini é de que a segunda onda de contágio já chegou ao Estado, impondo a necessidade de uma nova rodada de restrições – que já está sendo elaborada.

Em entrevista ao programa Agora, da Rádio Guaíba, nesta quarta-feira (25), o governador Eduardo Leite manifestou preocupação quanto ao avanço da doença em território gaúcho. O político reiterou que todos os indicadores usados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) apresentam piora, um sinal de que a população relaxou demais.

“Estamos, efetivamente, observando uma nova onda de contágio. Isso é evidente. Entretanto, apesar do aumento de infecções e internações, os pacientes estão ficando menos tempo no hospital. Essa é uma boa notícia em termos de capacidade de tratamento e cuidado, dada a curva de aprendizado ao longo desses meses”, pondera Leite.

A única certeza em relação às novas restrições que serão impostas pelo Governo do Estado é a continuidade do funcionamento das escolas. Para Eduardo Leite, a educação precisa seguir sendo tratada como prioridade – tanto por causa do desenvolvimento das crianças, quanto pelo papel que o setor representa no âmbito da assistência social.

“Algumas medidas são importantes do ponto de vista pedagógico, para relembrar a população de que não estamos diante de uma volta à normalidade. Precisamos da compreensão e da cooperação da sociedade para evitar que haja essa maior disseminação, que pressiona as nossas equipes de saúde, que já estão cansadas”, ressalta o governador.

Venda da CEEE

Eduardo Leite também comentou sobre o leilão da CEEE-Distribuição, o primeiro braço da estatal a ser negociado, em fevereiro de 2021. A empresa tem patrimônio de R$ 8,8 bilhões, e dívidas que somam R$ 4,8 bilhões. Por isso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estimou o valor da venda em R$ 2,8 bilhões.

“Essa é a parte mais complexa da CEEE, e que tem a maior urgência na venda por se tratar de uma concessão federal – submetida a um rigoroso controle de indicadores que não temos conseguido atender. A empresa que adquirir a CEEE não vai fazer essa aquisição por benevolência. Temos fazer com que faça sentido no ponto de vista do mercado”, avalia.

O Palácio Piratini espera que a operação, formalizada em um edital a ser publicado em dezembro, traga vantagens ao Rio Grande do Sul a partir do pagamento de ICMS e investimentos no setor elétrico. Os braços da estatal que atuam na geração e transmissão de energia também serão leiloados no primeiro semestre de 2021.