Número de infectados pelo coronavírus cresce mais de 24% em um mês em Porto Alegre

Segundo o secretário adjunto de Saúde, Natan Katz, também aumentou a procura pelo teste rápido da doença

País contabiliza 28.670.242 pessoas que já foram diagnosticadas com a doença | Foto: Ricardo Giusti/Correio do Povo

Dados das últimas semanas em Porto Alegre reacenderam o alerta para o contexto da pandemia de coronavírus. O último mês teve aumento significativo de casos confirmados, de óbitos e de busca por atendimentos e exames para detecção da Covid-19.

O número de testes positivos cresceu 24,21%. No dia 18 de outubro eram 41.832 porto-alegrenses com diagnóstico da doença. Em 30 dias, os registros aumentaram em mais de 10 mil: ontem, o total chegou a 51.962. Os óbitos também tiveram um aumento significativo (19,45%), passando de 1.208 para 1.443.

No mesmo período, a procura pela realização de testes também demonstrou fluxo acentuado.  Os testes aplicados em pacientes ambulatoriais atendidos no Sistema Único de Saúde (SUS) de Porto Alegre tiveram variação diária de 600 a 1,2 mil no último mês. Ao todo, a média de testes aplicados na redes pública e rede privada da cidade gira hoje em torno de 1,9 mil por dia.

A maior procura pela testagem, entre pacientes no SUS, é pelo exame RT-PCR (coleta de material com swab), que é destinado a pacientes atendidos com sintomas há menos de uma semana. No último mês a realização diária de exame RT-PCR ficou entre 380 e 1 mil. Já pelos testes rápidos, direcionados a pacientes com mais de sete dias de sintomas, a procura é mais baixa. A variação de realização dos testes rápidos ficou entre 41 e 149 por dia, no último mês.

O secretário adjunto de Saúde de Porto Alegre, Natan Katz, disse que o aumento na realização dos testes também pode estar vinculado à maior procura. “Nas últimas três semanas aparentemente tivemos um aumento no número de testes, o que conversa com o aumento de atendimentos”, explicou. Segundo ele, a testagem na cidade ainda demonstra uma certa estabilidade, apesar de ter crescido nas últimas semanas.

“É natural, isso vai acontecer. A questão é quantos vão vir positivos. Temos visto, nas últimas semanas, que a taxa de positivos diminuiu, muito pouco, nada que chame atenção ainda, mas apresentou queda”, destacou.

Conforme Katz, na próxima semana vai ser possível ter mais dados para confirmar se há ou não um aumento na velocidade de propagação da Covid-19 em Porto Alegre. “Se isso se confirmar, certamente teremos que tomar medidas para reduzir a mobilidade na cidade e minimizar a propagação do vírus”, declarou.

Com relação aos atendimentos de pacientes com síndromes respiratórias e gripais na rede pública de saúde de Porto Alegre, os números também vêm demonstrando certo crescimento. Foi justamente esse aumento que influenciou o Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus da Prefeitura a interromper o processo de flexibilização de atividades que vinha ocorrendo.

“Seguramos as flexibilizações porque havia um movimento atípico nos atendimentos”, frisou Katz. Segundo ele, o temor agora é que a situação da pandemia volte a acelerar. “O que estamos vendo agora não dá para comparar com junho, quando vimos durante 10 dias um crescimento muito expressivo”, reiterou. Por isso, de acordo com Katz, é importante manter os protocolos de etiqueta respiratória e distanciamento social.

UTIs

A situação das internações relacionadas à Covid-19 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) também é considerada estável, conforme Natan Katz. Na tarde desta quinta-feira havia 245 pacientes internados com diagnóstico positivo da doença e 15 suspeitos, totalizando 260. As internações relacionadas ao novo coronavírus correspondiam a 38,86% do total de 669 pacientes. A taxa de ocupação dos hospitais era de 88,84%.

Segundo Katz, os números de pacientes confirmados do novo coronavírus ou com suspeita nas UTIs da Capital seguem “muito parecidos” com os verificados três semanas atrás.