Setor de serviços registra quarta alta seguida em setembro, diz IBGE

Resultado, no entanto, não foi suficiente para reverter perdas da pandemia

Foto: Daniel Isaia/Agência Brasil

O setor de serviços cresceu 1,8% e registrou a quarta alta consecutiva em setembro, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (12). Com o resultado, o setor acumula ganho de 13,4% nesse período.

No entanto, crescimento ainda não é suficiente para reverter as perdas de 19,8%, acumuladas entre fevereiro e maio, por conta da pandemia do novo coronavírus. Dessa forma, o volume de serviços ainda se encontra 18,3% abaixo do recorde histórico, alcançado em novembro de 2014 e 8,0% abaixo do registrado em fevereiro de 2020.

Na comparação com o mesmo período do ano passado — setembro de 2019 — o setor recuou 7,2%, a sétima taxa negativa consecutiva. Já o acumulado no ano teve queda de 8,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Setores

Segundo o IBGE, de agosto para setembro, quatro das cinco atividades pesquisadas tiveram crescimento. Apenas serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,6%) tiveram resultado negativo, eliminando parte do ganho de 5,8% no período de junho a agosto.

Somente um dos setores pesquisados — outros serviços — superou o nível pré-pandemia. Em setembro, o setor alcançou 4,8% na comparação com o mês anterior, e 6,1% no acumulado do ano.

Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa, revela também que o setor de outros serviços alcançou o maior patamar desde outubro de 2014, o que reflete a alta nos serviços financeiros e auxiliares. “As empresas nesse segmento vêm obtendo incrementos de receita desde o segundo semestre de 2018 em função da redução consistente da taxa Selic”, comenta.

Outra atividade que teve papel de destaque foi a de informação e comunicação, que teve expansão de 2% em setembro, eliminando, dessa forma, a queda de -1% registrada em agosto. Porém, ganho acumulado de 7% desde junho ainda não foi o suficiente para compensar o recuou de -8,9% constatado de janeiro a maio deste ano.

No entanto, dentro desse setor, vale ressaltar o segmento de tecnologia da informação, que já dá sinais de recuperação, sendo um dos poucos com resultado positivo no acumulado do ano (6,5%).

Setores mais afetados pela pandemia

Apesar de serem os setores mais afetados pela pandemia do novo coronavírus, serviços prestados às famílias e transportes tiveram importância moderada na composição do resultado de setembro, registrando alta de 9,0% e 1,1%, respectivamente. Ambos crescerem pelo quinto mês consecutivo.

O transporte aéreo, profundamente afetado pela pandemia, teve alta de 19,2% em comparação com o mês anterior, mas ainda acumulada queda de -37,6% no ano. Por outro lado, os segmentos de transporte aquaviário (11,2%) e de armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio (2,2%) foram os únicos — além dos serviços de tecnologia da informação — que registraram taxas positivas no acumulado do ano.

Já os serviços prestados às famílias acumulam queda de -38,6% em 2020. Dentro deste setor, o segmento de serviços de alojamento e alimentação é o que soma a maior retração dentro todos os segmentos: -40,2%.