Com os tempos da fase classificatória zerados neste domingo (1º/11), a fase final colocou os 20 competidores classificados em pé de igualdade. Após pouco mais de duas horas de prova, o pódio no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), foi formado e liderado pelo trio Guilherme de Oliveira Lourezen, montando Improviso Mapocho, Ricardo Peres Gonçalves, montando Hermana Amiga do Barulho, e João Francisco Peres Gonçalves, montando Data Venia Cerrilhada.
O trio saiu de um 20º lugar na fase classificatória ao topo do pódio na fase final. Essa incrível reviravolta foi promovida por Ricardo Peres e seus dois parceiros de lida. “Eu atribuo o título à parceria que a gente tem: o meu irmão, João Francisco, e nosso amigo, Guilherme. Acreditamos que podíamos ganhar alguma coisa, formamos um trio ‘de acaso’ e deu certo”, comemorou Ricardo, que também subiu no pódio com outros dois trios.
Com julgamento feito por Ciriaco de Macedo Py e Luiz Antero de Oliveira Peixoto, os 20 trios na fase final, neste domingo, representaram em pista o melhor que a raça Crioula oferece hoje na Campereada. Apesar dos desafios de um ano pandêmico, que impactaram o mundo todo, a comunidade crioulista se fez presente – com responsabilidade – mais uma vez. “A primeira coisa que nos chamou a atenção foi o número de participantes que, em razão da pandemia, a gente sempre fica na dúvida. Foi um ano bastante atípico, mas os competidores vieram”, salientou Luiz Antero.
O desempenho na final e as mudanças recentes na modalidade também não passaram despercebidos por Luiz Antero. “A gente verificou na etapa classificatória boas passagens de tempo, inclusive uma alteração que houve no regulamento – que o tempo limite antes era três minutos, agora somente dois – foi uma coisa que veio a contribuir com a prova: principalmente cansa menos o gado e exige que os campeiros também tenham bastante agilidade para encerrar o gado no brete”, avaliou.
O fim de semana também premiou os vencedores do ciclo do Ranch Sorting, que teve sua final no sábado, 31 de outubro. A decisão reuniu 31 duplas. O primeiro lugar na categoria aberta ficou com Paulo Angelo de Moraes, montando TCP Folgado, e Euripedes Rodrigues Gomes Júnior, montando Companheiro 33 da Quinta. Na categoria família os vencedores foram Silvio Machado da Costa, montando Atrevida da Vitória Velho, e Tatiana Velho de Azevedo, montando Engano da Vitória Velho, que também venceram na categoria mista. O jurado foi Luciano Cardoso.
Confira o resultado
1º lugar
Guilherme de Oliveira Lourezen montando Improviso Mapocho, Ricardo Peres Gonçalves montando Hermana Amiga do Barulho e João Francisco Peres Gonçalves Data Venia Cerrilhada
6 bois – 1’44”706
2º lugar
Felipe Ribeiro Scherer montando Zamba Charrua, Adelar Fagundes de Almeida montando Apolo do Rincão da Palma e Galeno Puente de Barros Filho montando Tatu dos Troncos
6 bois – 1’52”211
3º lugar
João Vitor Claus Dutra montando Rica Flor da Morada Nova, Ricardo Peres Gonçalves montando Uma Jóia da Morada Nova e Renato Rodrigues montando Tranca da Morada Nova
6 bois – 1’57”449
4º lugar
João Vitor Claus Dutra montando Rica Flor da Morada Nova, João Inácio Dutra montando Recoleta da Morada Nova e Ricardo Peres Gonçalves montando Uma Jóia da Morada Nova
6 bois – 2’00”232
5º lugar
Luiz Cristiano Kinzel Filho montando Obra Prima da Morada Nova, João Francisco Peres Gonçalves montando CJR Chinoca e Guilherme de Oliveira Lorenzen montando Improviso Mapocho
6 bois – 2’04”101
Paulistas dominam o Ranch Sorting
Representatividade. Essa é a palavra capaz de traduzir a mescla de pessoas de diferentes idades e gêneros, que é uma característica pertencente à modalidade oriunda dos Estados Unidos. Afinal, os competidores se dividem nas categorias Aberta, Família, Feminina, Jovem e Mista; e com tantos perfis distintos dentro de uma mesma competição, a comunidade crioulista é, de fato, a campeã – e mais uma vez, apesar dos desafios impostos por um ano pandêmico.
Após quase quatro horas de aparte e duelo contra o cronômetro, as duplas vencedoras colocaram suas botas sobre o pódio do Ranch Sorting 2020 – que chegou à sua terceira edição oficial dentro da raça Crioula. A decisão reuniu 31 duplas na noite do sábado (31), na pista do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio/RS. Assim como nas demais finais oficiais da modalidade, o julgamento ficou a cargo de Luciano Cardoso.
Apesar da impossibilidade de um ciclo normal em 2020, aos vencedores a ABCCC ofertou R$ 7.500 de premiação em dinheiro, dividida nas categorias Aberta, Família, Feminina e Mista.
Os cavaleiros da Liga Leste Paulista marcaram presença tanto na Campereada como no Ranch Sorting. Conquistando o primeiro e segundo lugares da categoria Aberta, garantiram boa parte da premiação do evento. O cavaleiro João Salla Neto, vice-campeão da Aberta, representou os demais competidores em entrevista e destacou o trabalho em conjunto entre Rio Grande do Sul e São Paulo.
“A prova foi muito boa. A gente faz essa integração SP-RS, tem o treinamento dos Cavalos Crioulos em São Paulo. Pra gente é muito bom desenvolver o trabalho, mostrar o Ranch Sorting pelo Brasil”, destacou João Salla, que também classificou-se para a segunda fase da Campereada.
A visão do jurado
Luciano Cardoso julgou todas as três finais oficiais de Ranch Sorting da ABCCC. Satisfeito com o desempenho dos participantes em 2020, frisou a alta nota de corte que foi dada para a fase final da decisão: 7 bois. “Eu achei este ano bem equilibrado, muito surpreso por ser um ano de pandemia. Eu vi uma evolução muito grande, tanto que o parâmetro para classificar à final foram sete bois. Gostei de ver muita família participando, que esse é objetivo da prova, é uma prova de inclusão”, parabenizou.
Mudança de nomenclatura
Com o objetivo de aproximar ainda mais a prova, a modalidade a partir do ciclo 2021 passa a se chamar Aparta Boi-Ranch Sorting. A novidade foi divulgada durante a decisão, em Esteio/RS.