PF investiga propriedade rural suspeita de submeter imigrantes venezuelanos a trabalho escravo no RS

Pelo menos três vítimas foram identificadas na Região Metropolitana de Porto Alegre

Foto: Polícia Federal/Divulgação

A Polícia Federal e a Inspeção do Trabalho no Rio Grande do Sul deflagraram, na manhã desta quinta-feira (29), uma operação de combate ao trabalho escravo na Região Metropolitana de Porto Alegre. Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos em propriedades rurais suspeitas da prática nos municípios de Dois Irmãos e Morro Reuter.

A primeira denúncia partiu do Centro de Apoio e Pastoral do Imigrante (CAMI), que indicou um cidadão venezuelano vítima de trabalhos forçados e jornada exaustiva. Localizada, a vítima confirmou as informações em depoimento à PF, e relatou ter sofrido ameaças e agressões. O imigrante não recebia salário.

Conforme a testemunha, outros dois venezuelanos estavam trabalhando em condições análogas à escravidão na região. A força-tarefa, batizada de Alforria, teve como objetivo a coleta de provas para a instrução do inquérito policial e resgate das vítimas. O proprietário da propriedade investigada será autuado administrativamente.

O trabalho escravo é crime previsto no artigo 149 do Código Penal brasileiro. A pena varia de dois a oito anos de prisão, além do pagamento de multa e sentenças adicionais correspondentes à violência empregada às vítimas. A população pode denunciar casos do tipo no site da Inspetoria do Trabalho.