Após 4 meses de altas, o valor do litro pago ao produtor terá queda de 5,18%, estabelecido em R$1,54. Mesmo com a queda, os valores seguem em alta em relação a anos anteriores, fato que se deve a alta dos custos no campo e na indústria, além dos efeitos causados pela pandemia, que aumentou o consumo de leite e de seus derivados nos domicílios.
Entre os representantes do Conseleite, existe a preocupação com a elevação nos custos dos insumos, que vem sendo reajustados nos últimos meses. Outro ponto citado na reunião realizada nesta terça-feira (27) na sede da Farsul, e que pode afetar o consumo de leite, é o novo valor do auxílio emergencial pago pelo Governo Federal, que diminuiu para R$300,00. O aumento expressivo na importação de lácteos também é motivo de preocupação por parte dos produtores.
Segundo o vice-presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, as aquisições do produto importado passaram de 10 mil toneladas/mês, antes da pandemia, para mais de 23 mil toneladas em setembro. “Estivemos em reunião com o Ministério da Agricultura e pedimos para que o tema seja monitorado porque as importações estão vindo com mais força”, alertou. Guerra sinalizou que a alta do preço no mercado interno tornou os importados mais competitivos mesmo com a valorização cambial. Com maior escala por propriedade, Argentina e Uruguai, por exemplo, vêm conseguindo reduzir custos.
O professor da UPF Marco Antonio Montoya informou que há uma correlação direta entre o comportamento dos preços no Rio Grande do Sul e o verificado em outros estados, como Santa Catarina e Paraná, que também sinalizam retração para outubro.
De acordo com o vice-presidente da FETAG-RS, Eugênio Zanetti, “apesar da queda registrada, os valores ainda são melhores do que em outros momentos, porém, não há razão para euforia. Os custos de produção seguem aumentando e isso é prejudicial aos produtores. Os insumos seguem com um preço jamais visto e ainda temos o risco de ficar sem estoques de milho para a ração no Estado”.
A FETAG-RS se posicionou vez contra a importação e está em diálogo com o MAPA para o fortalecimento do programa milho balcão da CONAB.
Fonte: Farsul/Conseleite/Fetag