A retomada das atividades presenciais para os estudantes matriculados nos anos finais do Ensino Fundamental na rede estadual, nesta quarta-feira (28), repete o fenômeno identificado nas turmas anteriores. Boa parte das escolas segue de portas fechadas – e onde já há expediente, o movimento fica praticamente restrito aos funcionários.
A reportagem do Correio do Povo percorreu as ruas de Porto Alegre, no início da manhã, e em todas as instituições visitadas o cenário era o mesmo: deserto. No bairro Tristeza, a Escola Estadual de Ensino Fundamental Monsenhor Roberto Landell De Moura (foto) ainda sofre com a falta de equipamentos de proteção individual.
A situação também foi observada em outras partes da Zona Sul da Capital, como no Colégio Estadual Paraná, que fica no bairro Cristal. No Menino Deus, as escolas estaduais de Ensino Fundamental Euclides da Cunha e Cândido Portinari também permanecem com os corredores vazios por falta de materiais de higiene.
Na Zona Norte da cidade, algumas instituições alegam não ter recebido sequer as máscaras necessárias para a proteção dos funcionários. A Escola Estadual de Ensino Fundamental Itamarati, que abriga 830 alunos no bairro Sarandi, é uma das que aguardam a chegada dos materiais prometidos pelo Governo.
Orientação sindical
Professores, que optaram por não se identificar, cumprem as orientações do Cpers-Sindicato e não retornaram aos postos de trabalho. Na semana passada, a entidade conquistou na Justiça uma liminar que impede a retomada das atividades nas escolas onde não há condições sanitárias.
Conforme a decisão, as instituições precisam ser avaliadas por um profissional capacitado. Os educadores só precisam retomar o atendimento presencial aos estudantes em caso de entrega de uma declaração de conformidade com as regras impostas no decreto que liberou a atividade.
Investimento em EPIs
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) informa que as escolas que ainda não tiveram acesso aos EPIs e materiais de higienização “devem permanecer no modelo de ensino remoto até o recebimento dos itens e adequação da instituição de ensino em relação aos protocolos sanitários”.
Ainda conforme a pasta, “as escolas realizam a aquisição de materiais para esse período por meio da Autonomia Financeira (valor que é repassado mensalmente às direções das instituições de ensino do Estado)”. Mais de R$ 15 milhões foram investidos pelo Governo na compra de equipamentos de proteção.