Marchezan aguarda parecer do STF em recurso que pede suspensão do processo de impeachment

Prefeito questiona decisão do Tribunal de Justiça que vetou depoimentos de autores da denúncia em análise na Câmara Municipal

Foto: Cesar Lopes / PMPA

Faltando pouco mais de uma semana para o fim do prazo de apreciação, o processo de impeachment contra o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) na Câmara de Vereadores de Porto Alegre ganhou mais um desdobramento na esfera judicial. Dessa vez, o político recorre ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar suspender os trabalhos.

Assinada pela equipe de advogados do tucano, a peça argumenta que Marchezan teve o direito à ampla defesa cerceado pela Comissão Processante durante a oitiva das testemunhas. Para o prefeito, é fundamental que os quatro autores da denúncia acatada pelos vereadores sejam ouvidos em plenário.

A Câmara, por outro lado, acredita que os testemunhos são desnecessários já que os argumentos de acusação estão expostos na peça entregue à presidência da Casa, em julho. Na semana passada, o desembargador Alexandre Mussoi, do TJ/RS, acatou um recurso dos vereadores que derrubou a necessidade de agendamento das oitivas.

É justamente por isso que a apelação foi enviada às instâncias superiores, em Brasília. Além de pedir a suspensão do processo, a defesa sugere que a mais recente decisão da Justiça seja revogada, mantendo a oitiva dos denunciantes. Ainda não há um prazo para que a ação, que ainda não tem relatoria definida, entre na pauta de análise do STF.

Prazos

Se nada mudar, a defesa de Marchezan tem até a próxima sexta-feira (30) para entregar, por escrito, os últimos argumentos à Comissão Processante. Em nota, o advogado Roger Fischer, que representa o prefeito, afirmou que “pede ao guardião da Constituição que seja garantido ao Prefeito o exercício pleno de sua ampla defesa”.

Ainda em comunicado, a equipe do político diz que “a observância do devido processo legal, embora por diversas vezes reconhecida por diversos juízes, tem sido, infelizmente, obstada”. Instaurada em agosto, a comissão que analisa a procedência da denúncia contra o prefeito será encerrada, com ou sem a conclusão do caso, em 9 de novembro.