O gado foi embarcado no navio Maysora, de Bahamas, no Porto de Rio Grande com destino nesta sexta-feira (23). A operação, que teve a fiscalização da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), durou quatro dias. Os animais são machos, inteiros (não castrados), têm idades entre zero e 12 meses e pesam até 250 quilos cada um. Segundo a supervisora regional de Pelotas da Seapdr, Liége Furtado de Araújo, a viagem leva cerca de 20 dias, e o embarque foi feito aos poucos, respeitando os preceitos de bem-estar animal.
Liége explicou que os terneiros são oriundos de diversos municípios da fronteira oeste e do sul do Rio Grande do Sul, como Alegrete, Uruguaiana, Santana do Livramento, Bagé, Dom Pedrito, entre outros. “Eles foram quarentenados em Estabelecimentos Pré-Embarque (EPEs) de Pelotas e Rio Grande, onde receberam tratamentos e vacinas, além de passarem por exames – protocolos exigidos pela Turquia. E a logística para levá-los até o porto envolveu 90 caminhões, contou”. Ela disse ainda que os países importadores têm preferência por animais de raças europeias, que são encontrados aqui no Estado, e que 90% do gado em pé são exportados para a Turquia, enquanto 10% vão para o Egito, Líbano e Jordânia. “Desde o início deste ano, já foram carregados em torno de 100 mil animais”.
Segundo a médica veterinária, os fiscais da Seapdr são os responsáveis por verificar as condições de bem-estar animal no carregamento e emitir as Guias de Trânsito Animal (GTAs) para o porto, enquanto que os servidores do Mapa conferem os animais através dos brincos com chip e emitem o certificado para o país importador. “O Mapa vistoria o navio e libera ou não o embarque. Avalia o bem-estar na embarcação. Ao todo, trabalham cerca de 70 pessoas na operação, contando com os funcionários das propriedades”, esclareceu.
Conforme o superintendente dos Portos do Rio Grande do Sul (Portos RS), Fernando Estima, essa operação movimentou em torno de US$ 6,5 milhões, ou R$ 36 milhões. Ele afirmou que o Rio Grande do Sul é o terceiro exportador de boi vivo do Brasil, atrás apenas de São Paulo e Pará. “Mas estamos tentando consolidar que o Pará e o Rio Grande do Sul fiquem como os principais players portuários internacionais de embarque de gado. Os dois estados conversam bem com os acordos fechados em relação a questões ambientais e cuidados com os animais, porque os portos não estão localizados dentro de grandes cidades. Estamos trabalhando para consolidar a carga de gado vivo no Porto de Rio Grande e ficar entre os principais players”.
Para o secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, a exportação do gado em pé é parte importante da pecuária gaúcha. “Mostra ao mundo a qualidade do que produzimos aqui e fortalece ainda mais a economia do Estado”.
Fonte: MAPA