O setor do tabaco comemora nesta sexta-feira (23), 20 anos de ações em logística reversa de resíduos sólidos. A ação recolheu até hoje mais de 17 milhões de embalagens vazias de agrotóxicos. A primeira coleta ocorreu no ano 2000, na localidade de Rio Pardinho, interior de Santa Cruz do Sul. De lá para cá, 411 municípios do Rio Grande do Sul e Santa Catarina são atendidos pela atividade itinerante que percorre cerca de 1,8 mil pontos de recebimento no meio rural.
O programa beneficia 117 mil fumicultores na devolução dos recipientes lavados em pontos de coleta localizados próximos das propriedades. “Os números podem levar à falsa interpretação de que a cadeia produtiva do tabaco utiliza uma carga elevada de agrotóxicos. Mas pesquisas realizadas ao longo da última década têm demonstrado exatamente o oposto: o tabaco está entre as culturas que menos utiliza agrotóxicos e, ao mesmo tempo, um dos setores mais comprometidos na correta destinação dos recipientes tríplice lavados”, avalia o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke.
Desde 2015, os registros que antes eram cadastrados de forma manual, passaram a ser feitos por um aplicativo. O novo formato de gestão dos dados do programa contempla o uso de dispositivos móveis para o lançamento da quantidade de embalagens entregues por produtor. No momento da entrega, o cadastro é atualizado e o fumicultor recebe o comprovante de entrega das embalagens, com o registro da data e da quantidade de recipientes.
O coordenador Carlos Sehn explicou que o processo de geração de relatórios ficou facilitado, mais ágil e ainda permite o acompanhamento da coleta em tempo real. “Além do cumprimento da legislação, foi mais um investimento e um avanço dado em direção à preservação da saúde e segurança dos produtores e à proteção ambiental, objetivos prioritários do programa”, afirma Sehn.
Pioneiro, o Programa de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos foi criado no ano 2000, antecedendo a regulamentação da legislação. Desenvolvido de forma itinerante pelo SindiTabaco e empresas associadas, com o apoio da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), tem como objetivo preservar o meio ambiente e evitar o descarte inadequado de embalagens vazias de agrotóxicos, protegendo assim a saúde e a segurança dos produtores de tabaco e de suas famílias.
Atualmente, o programa percorre dez roteiros distintos que abrangem todas as regiões produtoras de tabaco do RS e SC. No Paraná, iniciativas semelhantes realizadas pelas centrais locais são apoiadas pelas empresas associadas ao SindiTabaco.