Um estudo divulgado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) do Rio Grande do Sul mostra que a indústria da transformação – caracterizada pela fabricação de um bem a partir de outra matéria prima de origem industrial – perdeu importância no Estado. O levantamento, que compreende os resultados obtidos entre os anos de 2007 e 2017, aponta queda na arrecadação e geração de empregos no setor.
Em 2014, por exemplo, a indústria de transformação era responsável por 14,6% do PIB gaúcho. Três anos depois, já estava em 13,9% – e seguia em tendência de queda. A participação nos indicadores de emprego também despencou, passando de 25,8% para 21,2% no período analisado. Segundo especialistas, o resultado pode ser atribuído à defasagem tecnológica do Rio Grande do Sul.
Enquanto as indústrias high-techs ainda engatinham no Estado, as fábricas mais primitivas são responsáveis por cerca de 80% dos empregos no setor. “O atraso na adoção de tecnologias da Indústria 4.0 podem reduzir a competitividade se esta tendência for mantida no Rio Grande do Sul”, afirma o pesquisador do DEE Rodrigo Morem da Costa.
Envelhecimento da população preocupa
O estudo aponta pelo menos cinco tendências que devem causar problemas na reversão desse quadro. A primeira delas é o envelhecimento da população gaúcha, constatado nas últimas pesquisas do gênero. A mudança climática global, a aceleração do ritmo do progresso técnico no mundo, a revolução tecnológica e a difusão das tecnologias da Indústria 4.0 também preocupam.
Uma das alternativas é o aumento da participação de empresas locais nesse processo, com o início do desenvolvimento de novas tecnologias dentro do Rio Grande do Sul. “O grau de competitividade das nossas empresas e a retomada do crescimento econômico dependem diretamente do quanto vamos avançar na área da inovação”, ressalta o secretário estadual de Planejamento e Gestão, Claudio Gastal.