Único estudo populacional sobre o novo coronavírus no mundo a realizar oito fases de acompanhamentos com a população das mesmas cidades, o Epicovid-19 poderá ter continuidade no Rio Grande do Sul. Após coordenar as oito fases anteriores da pesquisa com o Governo do Estado, a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) busca parceiros para dar prosseguimento aos estudos.
O reitor da Universidade, Pedro Hallal, explicou que os trabalhos anteriores contaram com financiamento de várias instituições, o que permitiu concluir as oito fases previstas. Hallal afirmou que a pesquisa gaúcha não foi interrompida em nenhum momento, ao contrário do estudo que avalia a disseminação do vírus no território nacional, que sofreu corte de recursos do Ministério da Saúde. “Aqui no RS não teve financiamento interrompido, até porque o financiamento nunca foi do governo, mas de parceiros”, explica.
Como a pandemia da Covid-19 se desenvolveu no Estado mais tarde do que em outras regiões, ele destaca que seria importante desenvolver mais duas rodadas de pesquisa para avaliar o comportamento da doença em território gaúcho. Ele observa, no entanto, que é preciso verificar se existe interesse do governo do RS em seguir com os estudos. “Estamos atrás de parceiros para fazer as fases 9 e 10, mas ainda estamos em apoio garantido. Temos interesse em fazer novas fases, mas não temos definição formal de apoio. Estamos aguardando sinalização das empresas e do governo”, completa.
Conforme Hallal, cada fase da pesquisa exige investimento de R$ 300 mil. Ao destacar que o governo gaúcho tem atuado como um “facilitador”, Hallal afirmou que havia sinalização de suporte por meio do Banrisul, uma vez que os parceiros das fases anteriores alegam estar sem condições para financiar outras etapas. “O ideal é que a gente conseguisse fazer coleta de dados ainda em outubro, mas para isso teria que garantir finaciamento nas próximas duas semanas e planejar até final de outubro, ou seja, o limite seria até a primeira quinzena de outubro”, garantiu.