A poucas horas do primeiro debate presidencial nos Estados Unidos, entre Donald Trump e Joe Biden, o governo brasileiro se diz tranquilo quanto ao futuro das relações junto ao país norte-americano. A avaliação é de que, apesar da proximidade ideológica entre Trump e Jair Bolsonaro, o vínculo Brasil-Estados Unidos tem força, principalmente, devido às semelhanças culturais.
O embaixador brasileiro nos EUA, Nestor Forster Júnior, afirmou hoje em entrevista ao programa Bom Dia, da Rádio Guaíba, que até mesmo a Constituição dos dois países tem fundamentos parecidos. “Se houver uma mudança na Casa Branca, obviamente haverá uma alteração de ênfase na relação. Mas isso não vai afetar, fundamentalmente, o caráter do vínculo”, ressalta.
Indicado ao cargo pelo presidente Jair Bolsonaro em novembro, Forster teve seu nome aprovado pelo Senado, após sabatina, na semana passada. O novo embaixador também deixou claro que, mesmo com foco no relacionamento entre Brasil e EUA, vai se manter atento ao surgimento de novas potências. “Levamos em conta o cenário internacional mais amplo. O nosso foco é o interesse nacional”, destaca.
Aproximação entre Trump e Bolsonaro acontece desde campanha
Eleito em 2016, o presidente americano começou a se aproximar de Bolsonaro enquanto o político ainda era candidato ao Palácio do Planalto, há dois anos. Desde então, o brasileiro já foi recebido na Casa Branca e, no último dia 4 de julho, almoçou na residência do embaixador norte-americano em Brasília, Todd Chapman.
Mesmo assim, Trump já fez críticas à gestão bolsonarista, especialmente com o agravamento da crise provocada pelo novo coronavírus. Em um comício, o republicano afirmou que “o Brasil não estava indo bem no controle da doença”. Os Estados Unidos tem o maior número de casos e mortes provocadas pela Covid-19 no mundo.