O uso de novas tecnologias ajudou os órgãos de controle ambiental a ampliarem a fiscalização e o levantamento de áreas desmatadas no Rio Grande do Sul. Ao divulgar o balanço da Operação Mata Atlântica em Pé 2020, realizada durante a semana, o Ministério Público estadual informou, nesta sexta-feira, que a ação compreendeu áreas em 20 cidades. As multas aplicadas preliminarmente somaram R$ 1,312 milhão, 11% a mais do que na edição anterior.
De acordo com o Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (Caoma) do MP, 193,91 hectares com supressão irregular confirmada foram autuados – uma alta de 156,36% em comparação a 2019, quando foram notificados 75,65 hectares. O órgão contou com o apoio da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), da Fundação Especial de Proteção Ambiental (Fepam), do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Comando Ambiental da Brigada Militar (CABM)
Coordenador do Caoma, o promotor de Justiça Daniel Martini explicou que a operação envolveu as etapas de levantamento de áreas desmatadas, identificação dos proprietários, caracterização das áreas, fiscalização, autuação e responsabilização. Ao frisar que 10 áreas foram embargadas, Martini salientou o uso de um programa de alertas e emissão de relatórios de desmatamento que usa tecnologias de monitoramento e tratamento de informações. “O MapBiomas permite fiscalização quase em tempo real. Cada promotor de Justiça recebe alerta no celular”, afirmou.
Coordenador nacional da operação nacional, o promotor de Justiça Alexandre Gaio destacou o empenho dos órgãos envolvidos, mas reiterou que o quadro preocupa: “Infelizmente em todo Brasil temos aumento de desmatamento e no Bioma Pampa não é diferente”, afirmou.
Diretor adjunto do Departamento de Biodiversidade da Sema, Mateus Leal explica que o uso de tecnologias facilita o trabalho de fiscalização. Ao destacar o esforço conjunto, Leal ressalta que ainda é preciso ‘trazer os municípios para a linha de ação’.
Diretora-presidente da Fepam, Marjorie Kauffmann frisa que as operações conjuntas são o caminho para o sucesso da fiscalização, “mesmo em momento de pandemia”.
Comandante do CABM, o tenente coronel Luciano Moritz Bueno garantiu que a ação conjunta permitiu aumento da fiscalização. “Foi 81% maior do que no ano passado, isso vem de encontro aos resultados efetivos de gestão”, completou.
