MPF pede que Justiça decida sobre pedido de afastamento do ministro Ricardo Salles

Órgão pediu celeridade na decisão sobre improbidade administrativa

Foto: Valter Campanato / Agência Brasil / Divulgação / CP memória

O Ministério Público Federal (MPF) enviou petição à Justiça Federal no Distrito Federal pressionando o órgão a tomar uma decisão sobre o afastamento do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que responde a uma ação de improbidade administrativa impetrada pelos procuradores.

Segundo 16 representantes do MPF, Salles promove um desmonte deliberado de políticas públicas voltadas à proteção ambiental, o que levou o grupo a entrar com ação no dia 6 de julho.

Na época em que os procuradores entraram com a ação, o ministro Ricardo Salles emitiu nota, onde avaliou o pedido como uma “tentativa de interferir em políticas públicas” de governo. “As alegações são um apanhado de diversos outros processos já apreciados e negados pelo Poder Judiciário, uma vez que seus argumentos são improcedentes”, afirmou Salles, no comunicado.

No pedido enviado hoje à Justiça, o MPF cita “dados alarmantes de desmatamento” nos últimos meses, em biomas como os da Amazônia e do Pantanal. O número de focos de incêndio no Pantanal entre janeiro e agosto deste ano equivale a tudo o que queimou no bioma nos seis anos anteriores, de 2014 a 2019.

Entre janeiro e agosto, foram registrados pelos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) um total de 10.153 focos de incêndio no Pantanal, bioma que soma 150 mil quilômetros quadrados, localizados nos estados do Mato Grosso (35%) e Mato Grosso do Sul (65%). O número de focos supera os 10.048 pontos de queimadas contabilizados pelo Inpe entre 2014 e 2019.