Lojistas são notificados a deixarem salas comerciais na Casa de Cultura Mário Quintana

Espaços de teatro e cinema também sofreram interdições por falta de PPCI

Foto: Guilherme Almeida

Depois de terem os estabelecimentos fechados em função da pandemia de coronavírus, proprietários das lojas existentes na Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ), no Centro Histórico de Porto Alegre, foram avisados da necessidade de deixarem os espaços o mais rápido possível. A direção da Associação dos Amigos da Casa de Cultura, responsável pelo gerenciamento comercial da instituição, comunicou a decisão. A falta de um Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndios (PPCI) já havia levado á interdição dos teatros e salas de cinema do complexo cultural.

O proprietário do Cine Café, Paulo Audi, disse ao Correio do Povo que a administração solicitou o local com o argumento de fechamento em razão da pandemia da Covid-19. “Esse pedido foi estranho e não sei o que eles pretendem fazer com o meu espaço”, ressaltou. O cine Café atendia, há dois anos, próximo dos cinemas da Casa de Cultura. “Estou muito indignado porque estamos em um momento de pandemia e precisamos sair da crise. Não estou conseguindo pagar as contas e os fornecedores”, lamentou.

Em nota, a Secretaria Estadual da Cultura informou que a administração dos espaços é realizada pela Associação dos Amigos da Casa de Cultura, em alinhamento com a diretoria do espaço. A ideia da administração é a busca por parceiros comerciais que possam atender à população da melhor forma possível, seguindo o estatuto da instituição.

Sobre o PPCI, a Secretaria esclareceu alguns espaços da Casa de Cultura Mário Quintana tiveram que passar por readequações indicadas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul. No momento, a Casa de Cultura passa por uma grande obra de restauro, a cargo da empresa Arquium, com prazo para ser concluída em dezembro.

Inaugurada em 25 de setembro de 1990, a Casa de Cultura data de dez anos antes, quando, em início em julho de 1980, o Banrisul comprou o antigo prédio do Hotel Majestic, na gestão do então governador Amaral de Souza.