Flordelis chorou muito em depoimento, relata corregedor

Deputada responde por quebra de decoro, após ter sido indiciada como mandante da morte do marido

Polícia faz busca e apreensão em endereços de Flordelis./ Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A deputada Flordelis se emocionou ao prestar depoimento, hoje, à corregedoria da Câmara, agindo de forma diferente à do dia da notificação da abertura do processo por quebra de decoro. Dessa vez, Flordelis “chorou muito” em alguns momentos, de acordo com o relato do corregedor da Câmara, deputado Paulo Bengston (PTB-PA).

O depoimento durou uma hora e quarenta minutos, na tarde desta terça. A deputada falou à vontade inicialmente e depois respondeu às dez perguntas previamente elaboradas pela corregedoria. Uma das perguntas tratou das mensagens trocadas entre ela e o ex-marido, pastor Anderson do Carmo. O material é alvo de investigação pela polícia.

O teor do depoimento segue sob sigilo. Apesar do prazo para apresentação do relatório do corregedor terminar em 31 de outubro, Bengston pretende entregar à mesa diretora da Câmara um parecer em dez dias, se a defesa da deputada não anexar nenhum novo documento, o que pode fazer.

De acordo com o advogado de Flordelis, Anderson Rollemberg, a deputada queria dar a versão dela sobre as mensagens encontradas pela polícia.

“Na primeira fase da investigação só dois filhos foram denunciados, Flávio e Lucas, e não se encontrou nada contra a deputada. Na segunda fase da investigação, a polícia pega tudo o que conseguiu resgatar de mensagens de aparelhos celular e não dá oportunidade da deputada se explicar. Se desse oportunidade certamente seria esclarecido quem digitou as sete conversas”, argumentou.

Para Rollemberg, “não houve interesse na investigação porque o livro que vende mais é com a Flordelis na capa”, ironizou.

Caso

A parlamentar responde por quebra de decoro, após ter sido indiciada como mandante da morte do marido, o pastor Anderson do Carmo. O crime aconteceu em junho do ano passado. O processo pode acabar com a perda de mandato.