O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) cobrou providências do Governo do Estado sobre a situação do prédio que abriga o Samu em Porto Alegre. A sede da Central de Regulação do serviço fica nos fundos do Hospital Sanatório Partenon, na Zona Leste da Capital. O edifício foi inaugurado no ano de 2006. No entanto, segundo a entidade de classe, o imóvel apresenta condições precárias de estrutura e higiene. Falta de energia elétrica e de água são problemas frequentes na unidade, de acordo com o Simers.
O vice-presidente do sindicato pontua que o local não oferece condições para o distanciamento dos servidores. Na visão do médico Marcos Rovinski, a situação é mais preocupante em meio à pandemia de Covid-19. “Em função do número de colegas, é impossível fazer um distanciamento social, principalmente agora com a pandemia, o que leva à possibilidade de surtos de doença”, apontou. “Culminou com uma colega, que não é do grupo de risco, que acabou de falecer com Covid e que era do Samu. Não dá para afirmar que tenha pego lá. Mas, certamente, em função da exiguidade do local de trabalho, ela pode ter transmitido para outros colegas lá de dentro”, ponderou o vice do Simers.
Situação do Samu: governo responde
O Simers afirma que o Governo do Estado já resolveu algumas demandas, como o reforço da equipe do Samu. Entretanto, o sindicato ressalta que a Secretaria da Saúde não observa com atenção as questões referentes ao estado do prédio. O vice-presidente Marcos Rovinski sublinha que a entidade pode recorrer ao Ministério Público e ao Conselho Regional de Medicina para averiguar a condição do edifício. “O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, através de seu departamento jurídico, está estudando ações no sentido de tentar resolver essa situação. Ou junto ao Ministério Público, ou junto ao Cremers, que é quem tem poder de fiscalização efetiva do trabalho médico e, eventualmente, poder condenar a aquele prédio”, sugeriu.
A Rádio Guaíba entrou em contato com a Secretaria Estadual da Saúde solicitando um posicionamento sobre as condições da sede do Samu. A pasta afirmou que “todas as medidas necessárias foram tomadas este ano para enfrentamento da pandemia”. O comunicado prossegue, dizendo que há “contratos adequados na parte de higienização e manutenção, sendo que todos os funcionários recebem os EPIs necessários para o trabalho e têm boas condições de trabalho”. Ainda de acordo com a SES, “todas as adequações possíveis foram realizadas e, ainda neste ano, pretendemos concluir a mudança da sede da Regulação Estadual, processo que vai melhorar ainda mais as condições de trabalho”.
No ano de 2018, terceirizados do Samu estadual entraram em greve por falta de pagamento de salários. Na ocasião, diante do impasse, a Secretaria Estadual da Saúde assumiu o pagamento dos telefonistas para manter o serviço operando.