Ocupação de UTIs por Covid-19 mantém queda em Porto Alegre

Médico reforça, ainda assim, necessidade de manter os hábitos de higiene e de prevenção para evitar a propagação do vírus

Foto: Ricardo Giusti/CP

A ocupação de leitos de UTI por pacientes confirmados para o novo coronavírus voltou a apresentar queda, nesta quinta-feira, com 294 internações em hospitais de Porto Alegre. Com mais 32 internados com suspeita de Covid-19, o número de casos relacionados à doença é de 326 – o menor desde 23 de julho. O recorde, desde o início da pandemia, é de 393.

Ao todo, os hospitais da cidade atendem 717 pacientes em leitos de UTI, o equivalente a 86,8% de taxa de ocupação geral. Apenas o Moinhos de Vento registra lotação total, enquanto Cardiologia, São Lucas e Mãe de Deus mantêm taxa superior a 90%.

Diretor de Ensino e Pesquisa da Santa Casa, Antonio Nocchi Kalil admite que o cenário atual revela diminuição das internações por conta da Covid-19. “Nas unidades de internação temos menos de 50% de ocupação por casos relacionados ao novo coronavírus, além de número menor de atendimentos nos pronto-atendimentos. São sinais de que realmente parece estarmos numa queda”, detalha.

Mesmo com a diminuição de internações nos últimos dias, Kalil alerta que cada vez mais há pessoas circulando pela cidade, o que reforça a necessidade de manter os hábitos de higiene e de prevenção para evitar a propagação do vírus. “Usar máscaras, álcool em gel, lavar as mãos, evitar aglomeração, isso não mudou. As pessoas podem acabar imaginando que a coisa está encerrada porque está havendo diminuição dos números de internação”, adverte.

“Não podemos menosprezar o inimigo e achar que está tudo resolvido. Vamos ter que conviver com esse vírus pelos próximos 6 meses até que se tenha uma alternativa definitiva”, reitera.

Com a retomada gradual do atendimento a pacientes com outras enfermidades, Kalil reforça que já surgem dificuldades para outras áreas da saúde, como cirurgias, e para transferências de pacientes do interior para Porto Alegre.

“Muita coisa ficou para trás em termos de acompanhamento de doenças e muitos diagnósticos retardados, que vem sendo feitos agora, e que exigem atendimento mais especializado com internação hospitalar. Isso preocupa para os próximos meses”, completa.