O Banco Central (BC) decidiu, nesta quarta-feira, manter a taxa básica de juros em 2% ao ano. O veredito unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) interrompe a série de nove quedas consecutivas da Selic, iniciada em julho de 2019.
No período de cortes, a taxa básica de juros da economia brasileira desabou 4,5 pontos percentuais, de 6,5% ao ano para R$ 2% ao ano, menor patamar da história.
Inicialmente contidas, as reduções dos juros foram acentuadas após o mês de fevereiro com a intenção de conter os efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia nacional. Isso acontece porque o crédito mais barato tende a incentivar a produtividade e impulsionar o consumo.
No comunicado em que justifica a decisão, o Copom sustenta que os indicadores sugerem a recuperação da economia brasileira, apesar da manutenção do ambiente ruim nos setores mais afetados pelo distanciamento social.
“A incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o período a partir do final deste ano, concomitantemente ao esperado arrefecimento dos efeitos dos auxílios emergenciais”, avalia o grupo.
O comitê observa ainda que a inflação deve se elevar no curto prazo devido à “alta temporária nos preços dos alimentos e a normalização parcial do preço de alguns serviços em um contexto de recuperação dos índices de mobilidade e do nível de atividade”.
A manutenção da Selic em 2% ao ano já era aguardada pelo mercado financeiro. Agora, a aposta é de que a taxa básica deva permanecer no patamar atual pelo menos até o final do ano. Para os próximos encontros, o Copom não descarta mudanças na taxa de juros, mas ressalta que a decisão vai depender do ritmo da inflação.
Votaram a favor da decisão o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os diretores Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Fabio Kanczuk, Fernanda Feitosa Nechio, João Manoel Pinho de Mello, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e Paulo Sérgio Neves de Souza.