Chama Crioula chega ao Piratini e abre Semana Farroupilha no RS

Pela primeira vez na história, símbolo do tradicionalismo se deslocou de Guaíba para Porto Alegre a bordo do Catamarã

Foto: Guilherme Almeida / CP

A Chama Crioula se deslocou, pela primeira vez na história, da cidade de Guaíba a Porto Alegre pelas águas do Guaíba a bordo do Catamarã, na manhã desta segunda-feira. Chegou à Capital às 8h25min, sendo levada por cinco cavaleiros do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) ao Palácio Piratini e à Assembleia Legislativa.

O acendimento da Chama Crioula aconteceu às 7h15min, em Guaíba, sob o cipreste localizado na frente da casa de Gomes Jardim. Cavalarianos conduziram o candeeiro até o Piratini, onde o governador Eduardo Leite aguardou junto com o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior e o presidente da Assembleia Legislativa, Ernani Polo. “Precisamos da força e da garra do movimento para enfrentar os desafios do presente”, ressaltou Leite.

Ao acender o candeeiro, o governador oficialmente iniciou os festejos da Semana Farroupilha no Rio Grande do Sul. Acesa no município de Guaíba, a centelha, pela primeira vez, percorreu o mesmo trajeto feito pelos Farroupilhas em 1835, atravessando o Guaíba para chegar à Capital. O ato de acendimento ocorre desde 1947 e espalha a chama pelas 30 regiões tradicionalistas do Rio Grande do Sul. Até o dia 20 de setembro, o Palácio Piratini vai ser a morada do símbolo do tradicionalismo gaúcho.

Leite disse que é importante rememorar a história de lutas do passado. “É importante neste momento em que precisamos de resistência e de resiliência diante de um novo tipo de adversário, o coronavírus. Dizem que estamos vivendo uma guerra invisível, e se enfrentamos uma guerra, temos o privilégio, no nosso Estado, de, ao olhar para o passado, relembrar a epopeia farroupilha como uma grande guerra que nossos antepassados travaram pelos seus ideais e valores”, acrescentou o governador. A cerimônia contou com as presenças da patrona dos Festejos Farroupilhas, Alessandra Carvalho da Mota, e da presidente do MTG, Gilda Galeazzi.

Ao final dos discursos, tanto no Palácio Piratini quanto na Assembleia Legislativa, os músicos Renato Borghetti e Marcelo Cachoeira tocaram o hino do Rio Grande do Sul. Neste ano, o tema dos Festejos Farroupilhas homenageia a amplitude que a cultura gaúcha alcançou por meio do cultivo das tradições. “Gaúchos sem fronteiras” pretende retratar a história de homens e mulheres que, além das fronteiras do Rio Grande do Sul, seguem usando a pilcha, tomando chimarrão e participando de manifestações culturais, seja por meio da música, da literatura ou apreciando o tradicional churrasco. Depois da cerimônia no Palácio Piratini, uma centelha do fogo foi levada ao Palácio Farroupilha, sede da Assembleia Legislativa.

A presidente do MTG entregou o símbolo ao presidente Ernani Polo e afirmou desejar que a Chama represente a esperança de dias melhores. A Chama fica até domingo no galpão crioulo localizado no pátio interno do Legislativo gaúcho, que é a sede simbólica do MTG.