O Rio Grande do Sul pode colher no ciclo 2020/2021 o segundo maior volume de grãos de sua história. A primeira estimativa da safra de verão, apresentada ontem pela Emater/RSAscar, aponta uma produção total de 32,53 milhões de toneladas, inferior apenas à de 2016/2017, que foi de 33,63 milhões de toneladas. O aumento da produção está baseado principalmente na expectativa de ampliação de 1,85% na área plantada, de 7,72 milhões de hectares em 2019/2020 para 7,86 milhões de hectares, considerando-se as culturas do arroz, feijão, soja e milho.
A maior ampliação de área é projetada para o milho, com um incremento de 4,7%, passando dos 751,6 mil hectares do ciclo passado para 786,9 mil hectares no novo. Pela primeira vez, a área plantada com soja no Estado deve chegar a 6,07 milhões de hectares, 1,55% a mais que na última safra. Arroz e feijão devem ter a área aumentada, respectivamente, em 1,71% e 0,89%.
As projeções de produção apresentaram altas significativas em relação à safra 2019/2020 porque esta sofreu impactos da estiagem. A Emater estima que a soja, por exemplo, obtenha na próxima safra um volume de 18,94 milhões de toneladas, 68,82% superior ao da safra 2019/2020, com avanço de 65,65% na produtividade, que deve atingir 3,11 toneladas por hectare.
No milho grão, a expectativa é de aumento de 43,05% na produção, que deve passar de 4,15 milhões para 5,93 milhões de toneladas, com produtividade média projetada em 7,54 toneladas por hectare, 34,8% maior que a da safra plantada no segundo semestre de 2019 e colhida no primeiro de 2020.
No caso do arroz, embora espere-se expansão da área, a estimativa é de uma queda de 2,14% na produção, para 7,59 milhões de toneladas. Essa redução, segundo a Emater, ocorre em função de o cálculo ser feito sobre a média de produtividade dos últimos 10 anos e, sendo assim, o desempenho pode mudar com o desenrolar da safra. O Rio Grande do Sul poderá colher também 64 mil toneladas de feijão, 19,9% mais que no ciclo 2019/2020.
Os dados do levantamento foram coletados entre 7 e 21 de agosto. O diretor técnico da Emater, Alencar Rugeri, comentou que o aumento de área em todas as culturas reflete o bom momento dos preços dos grãos, o que estimula o produtor. Afirmou, ainda, que não há condições de prever o desempenho do clima nos próximos meses, mas que, no que depender das ações e investimentos do agricultor, o Estado voltará a ter uma safra dentro de seus parâmetros de crescimento.