Bolsonaro pode bloquear seguidores em redes sociais, avalia PGR

Advogado relatou ter sido banido pelo presidente após comentar uma postagem dele no Instagram, em maio

Bolsonaro negou ter sido alertado de corrupção pelo deputado federal Luis Miranda | Foto: Isac Nóbrega / PR

O procurador-geral da República, Augusto Aras, mandou nesta sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma manifestação no sentido de permitir ao presidente Jair Bolsonaro o bloqueio de usuários em redes sociais, entendendo serem canais eminentemente pessoais.

O aval se deu em uma ação impetrada por um advogado que relata ter sido bloqueado por Bolsonaro no Instagram. Ele enxergou irregularidade no ato, afirmando tratar-se de perfil oficial do presidente e que é direito de qualquer cidadão expressar opinião.

O advogado Leonardo Medeiros Magalhães relatou ter sido bloqueado após comentar uma postagem de Bolsonaro do dia 14 de maio. O post trazia a imagem de um diálogo entre a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro. O advogado informou ter comentado que Bolsonaro “queria e quer, sim, intervir na Polícia judiciária Federal para interesse próprio e de seus filhos, o que por si só é um absurdo”.

Aras entendeu que Bolsonaro, “apesar de divulgar em suas redes sociais uma série de atos relacionados ao seu governo e às suas realizações políticas, essas publicações têm caráter nitidamente informativo, despido de quaisquer efeitos oficiais, o que realça o caráter privado da conta. Nessa medida, a ele deve ser conferido o direito, como o é garantido a qualquer outro cidadão, autoridade pública ou não, de bem administrar suas plataformas de comunicação virtual, permitindo ou recusando seguidores”.

Na manifestação, Aras afirmou que a ação usada pelo advogado, um mandado de segurança, não é a adequada em relação ao tema porque somente ações do presidente no exercício da função podem ser analisadas pelo Poder Judiciário dessa forma.