O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), é alvo de uma operação do Ministério Público do Estado (MPRJ) e da Polícia Civil, por intermédio da Coordenadoria de Investigações de Agentes com Foro (Ciaf/PCERJ), na manhã desta quinta-feira. A ação cumpre 22 mandados de busca e apreensão e segue inquérito policial que investiga possível organização criminosa e esquema de corrupção no âmbito da administração da cidade. Além do gestor municipal, entre os alvos, estão o ex-tesoureiro de sua campanha ao Senado, Mauro Macedo, e o ex-senador Eduardo Lopes.
As diligências estão sendo cumpridas em endereços residenciais e funcionais, nos bairros da Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Tijuca, Flamengo, e em Itaipava e Nilópolis. Há uma equipe da Polícia Civil no condomínio onde mora o prefeito, na Barra da Tijuca, e outra na prefeitura, na Cidade Nova. A operação é chefiada pela Suprocuradoria-Geral de Assuntos Criminais (Subcriminal/MPRJ) e pelo Grupo de Atribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça (Gaocrim/MPRJ).
A ação ocorre no âmbito de investição da denúncia da criação de um balcão de negócios na prefeitura do Rio para a liberação de verbas a empresas mediante pagamento de propina. A apuração é baseada na colaboração premiada do doleiro Sérgio Mizrahy, preso pela operação “Câmbio, Desligo”, em 2018. Ele afirmou que o empresário Rafael Alves tornou-se um dos homens de confiança de Crivella por ajudá-lo a viabilizar a doação de recursos de empresas e pessoas físicas na campanha de 2016. Depois da eleição, o empresário emplacou o irmão na Riotur, empresa municipal de turismo, e, segundo o doleiro, montou um “QG da propina” na prefeitura mesmo sem ocupar cargo.