Comunidade mantém vigília contra fechamento de escola estadual no Centro de Porto Alegre

Manifestantes dizem que Seduc retirou equipamentos e pretende transformar instituição em albergue

Foto: Guilherme Almeida/CP

Insatisfeitos com a tentativa de fechamento da Escola Estadual de Ensino Fundamental Estado do Rio Grande do Sul, representantes da comunidade escolar mantêm vigília na instituição, localizada no Centro Histórico de Porto Alegre.

Neste domingo, um grupo seguia ocupando as dependências da escola, que na semana passada teve os cadeados arrombados, segundo os manifestantes. Pais, alunos e ex-alunos dizem que, durante a ação, coordenada da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), computadores, equipamentos, móveis e documentos foram retirados do local. Uma faixa fixada na entrada da escola exibia a mensagem: “Não fechem a Escola Rio Grande do Sul”.

Integrante do movimento de ocupação e ex-aluna da escola, Atena Beauvoir Roveda fala que o grupo exige o retorno “imediato dos documentos históricos” e da estrutura física – como rede de internet -, além da instalação definitiva do espaço escolar. Conforme Atena, o governo gaúcho pretende transformar o local em albergue para pessoas em situação de rua, forçando a realocação de mais de 280 estudantes. Ela ressalta que, durante o mês de agosto, houve uma série de reuniões entre Seduc, deputados estaduais e direção escolar para tentar resolver o impasse.

A ideia inicial da Secretaria era levar os estudantes para a Escola Técnica Parobé. “Agora a intenção do governo é levá-los para a Escola Estadual de Ensino Fundamental Professora Leopolda Barnewitz. A secretaria ‘levou’ as vagas sem conversar com pais e mães e sem pensar na questão envolvendo o deslocamento dos alunos”, explica. Ela garante que a comunidade escolar ainda aguarda uma resposta do titular da Seduc, Faisal Karam. “A comissão de ocupação vai entregar um manifesto à Seduc pedindo o retorno dos arquivos da instituição”.

Presidente do Conselho Escolar, Rossana da Silva explica que a vigília é um desdobramento da ação da Seduc. “A escola não vai sair daqui. No começo eles disseram que queriam trazer moradores de rua. Depois informaram que queriam transformar em albergue. E agora falaram que vão tirar a escola sem conversar com a comunidade ou o conselho escolar”, frisa. A Seduc não se manifestou sobre o assunto.