“Não se trata ter uma vacina da esquerda ou direita”, afirma Bruno Covas ao negar politização contra a Covid-19

Em entrevista à Rádio Guaíba, prefeito de São Paulo disse estar preocupado com o retorno as aulas na cidade

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, disse nesta sexta-feira, em entrevista ao programa Direto ao Ponto da Rádio Guaíba, que não irá politizar a vacina contra a Covid-19 assim que ela, de fato, surgir e estiver à disposição para a população. Covas ressaltou que, tendo a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para distribuição do imunizante, irá lutar para que possa distribuir aos cidadãos paulistanos.

“Eu como prefeito não vou fazer política em relação à vacina. Ela pode ser chinesa, russa, americana, inglesa, mas se tiver autorização da Anvisa vou lutar para que a vacina venha para a cidade de São Paulo e possa imunizar a população da qual eu sou responsável pela saúde. Não vou politizar esse tema porque não se trata de ter uma vacina da esquerda ou da direita e sim de uma vacina que seja eficiente”, afirma.

Em São Paulo, o Instituto Butantan anunciou, em junho, uma parceria inédita entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac para produção e testes em estágio avançado de uma vacina contra o coronavírus. O acordo prevê testagem em 9 mil voluntários no Brasil e fornecimento de doses até junho de 2021, caso a imunização se prove eficaz e segura. A testagem também está sendo realizada em outras localidades do Brasil, incluindo Porto Alegre.

Covas também ressaltou estar preocupado com o retorno às aulas na cidade paulistana. Segundo ele, a decisão de quando haverá a retomada do calendário escolar é da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo. Entretanto, o executivo municipal está fazendo novos levantamentos junto a alunos e integrantes das escolas para que a decisão possa ser baseada em números. Recentemente, o prefeito argumentou que “as escolas não conseguem segurar piolhos, imagina segurar o coronavírus”.

“Os números que vieram dos primeiros inquéritos são preocupantes. Setenta por cento das crianças que tiveram coronavírus foram completamente assintomáticas. Não vai ser um medidor de temperatura na porta das escolas que vai conseguir controlar. Estamos agora em mais um inquérito para que possamos tomar decisão sem ter que importar o que aconteceu em outras cidades mundo a fora e decidir sobre a retomada ou não das aulas em outubro”, explica.

De acordo com o prefeito de São Paulo, a cidade tem números da Covid-19 em queda e que entre 20 de setembro e 10 de outubro novas flexibilizações acontecerão em diferentes setores econômicos. Eventos culturais em museus, teatros e cinemas serão retomados. Na avaliação de Covas, o sucesso da retomada está sendo possível através do diálogo com as categorias e, a partir da assinatura de protocolos de boas práticas de higienização, além da constante fiscalização na cidade.

Em uma análise das esferas estadual e federal, Bruno Covas disse estar em “sintonia fina” com o governo de João Dória. Já em relação ao governo federal, o prefeito apontou não ter do que reclamar no tocante à transferência de recursos. Entretanto, criticou a gestão de Jair Bolsonaro dizendo que “o discurso conflitante do presidente dificultou ações unificadas” em meio à pandemia.