A Interpol localizou, nesta sexta-feira, o homem suspeito de participar do ataque com coquetéis molotov à sede da produtora do grupo humorístico Porta dos Fundos, na zona sul do Rio, em dezembro do ano passado. Eduardo Fauzi Richard Cerquise está sob custódia em Moscou, na Rússia. O atentado ocorreu em protesto a um especial de Natal em que o grupo fazia sátiras à forma como a Bíblia conta o nascimento de Jesus.
De acordo com informações colhidas pelo jornal O Estado de S.Paulo com o advogado de defesa, Diego Rossi Moretti, a manutenção da detenção de Fauzi depende da formalização de um pedido de extradição pelo Ministério da Justiça. A reportagem do Estadão entrou em contato com a pasta, que ainda não confirmou se deu início aos trâmites para que ele seja trazido de volta ao Brasil.
A defesa também argumenta que não se trata de prisão e sim de uma “apreensão realizada pelas autoridades russas, visando a averiguação da situação” do cliente. Também ressalta que segue pendente um pedido de Habeas Corpus Criminal, visando assegurar a integral liberdade dele, em tramitação no Superior Tribunal de Justiça.
Fauzi deixou o País em 29 de dezembro, cinco dias após o ataque e um dia antes de ter a prisão decretada pela Justiça. A Polícia Civil do Rio o identificou como um dos cinco autores do atentado após ele ser flagrado, em imagens de câmeras de segurança, deixando o veículo usado na fuga.
Com a palavra, a defesa:
“O escritório ROR Advocacia Criminal, com sede em Santa Catarina, responsável pela defesa de Eduardo Fauzi Cerquize, informa que está acompanhando os trâmites do procedimento movido pela polícia Civil do Estado Rio de Janeiro. Que no tocante as informações de que Eduardo estaria preso, ressaltamos que não trata-se de prisão e sim de uma apreensão realizada pelas autoridades russas, visando a averiguação da situação dele. Não há confirmação sobre o procedimento de extradição pela autoridades brasileira. Por fim, ressaltamos que há pendente a análise de pedido de Habeas Corpus Criminal, visando assegurar a integral liberdade de Eduardo, junto ao Superior Tribunal de Justiça, em Brasília/DF. Por outro lado, a defesa lamenta a morosidade na conclusão das investigações, não se sustentando o decreto prisional, por total ausência de provas sobre a justa causa penal.”