Prefeitos de ao menos cinco regiões do RS não querem aulas presenciais em setembro

Prefeitos das regiões Metropolitana, de Passo Fundo, do Vale do Rio dos Sinos e do Caí devem reavaliar possível retomada a partir de outubro

Foto: Fernanda Bassôa / Especial / CP

Prefeitos de ao menos cinco regiões do Rio Grande do Sul já sinalizaram que não pretendem retomar as atividades escolares presenciais em setembro, como sugeriu o governo estadual. É o caso dos que fazem parte do Consórcio dos Municípios da região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal), que se reuniram na manhã desta quinta-feira.

“Há o entendimento de que a contaminação da doença ainda é alta na região, com leitos muito ocupados. O diálogo com a comunidade escolar e também com os pais dá conta de que 90% deles ainda são contra essa retomada agora”, disse a presidente da Granpal e prefeita de Nova Santa Rita, Margarete Ferretti. O grupo se reúne no fim de setembro para estudar a possibilidade da montagem de um calendário para outubro.

Região de Passo Fundo

Prefeitos da região de Passo Fundo também definiram, em videoconferência nesta quinta, que não devem retomar as atividades escolares. O consenso é de que não há segurança para crianças e professores conviverem em sala de aula e de que os serviços de merenda e transporte podem colocar em risco a saúde da comunidade escolar. Em outubro, a situação sanitária dos municípios deve ser reavaliada.

Vale do Rio Caí

Prefeitos da Associação dos Municípios do Vale do Rio Caí (Amvarc) também se declararam contrários ao calendário proposto pelo estado e não devem retornar com o ensino presencial em setembro. O prefeito de São Sebastião do Caí, Clóvis Duarte, afirmou que, mesmo com a situação da pandemia apresentando melhora, não há a mínima condição de trazer os alunos para as salas de aula de forma segura. Nova reunião virtual deve acontecer ainda em setembro para avaliar a situação da pandemia.

Vale dos Sinos

No início da semana, os prefeitos coordenados pela Associação dos Municípios do Vale do Rio do Sinos (Amvars), já haviam definido por adotar protocolo regional com relação à retomada do ensino presencial. Por decisão colegiada, os gestores definiram que as aulas não retornarão em setembro. Há indicativo, na maioria das cidades, pela manutenção do formato remoto até o fim do ano.

Um dos principais pontos que resultou na decisão dos prefeitos se refere à exposição de crianças a situações de risco e contaminação. “Crianças pequenas transmitem sim a Covid e além disso possuem carga viral maior que a do adulto, o que pode resultar em um novo pico na pandemia regional caso o retorno às aulas seja autorizado neste momento”, justificou a presidente da Amvars e prefeita de Dois Irmãos, Tânia Terezinha da Silva.

Zona Sul

Prefeitos das 23 cidades da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) também descartaram adesão ao calendário de retomada das aulas presenciais, nas redes municipais, ainda em 2020. Reunidos hoje, em videoconferência, eles consideraram que os níveis de contaminação seguem altos na região. Na segunda-feira, os gestores discutem, com o governo estadual, os protocolos necessários para viabilizar a eventual retomada das atividades nas redes estadual e particular de ensino.

Vale do Rio Pardo

De outro lado, prefeitos e secretários de Educação ligados à Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) decidiram hoje aderir ao calendário escolar sugerido pelo estado, que libera o retorno gradual a partir de 8 de setembro. No entanto, a responsabilidade de definir quando – e de que forma – vai se dar a volta às aulas presencial fica a cargo de cada prefeito.