Congresso não deve pautar auxílio acima de R$ 300

Tarefa de consolidar maioria a favor do novo valor é considerada o primeiro teste do novo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP/PR)

Foto: Maryanna Oliveira / Agência Câmara / CP

O governo obteve hoje manifestações de apoio ao novo valor estabelecido para as próximas parcelas do auxílio emergencial, que vai ser estendido por mais quatro meses. O montante anunciado, de R$ 300, metade do valor das primeiras parcelas do auxílio, é considerado o esforço fiscal máximo. A tarefa de consolidar maioria a favor do novo valor para o auxílio é considerada o primeiro teste do novo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP/PR).

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), um dos principais articuladores do aumento do auxílio para R$ 600, desta vez pisou no freio. “Temos de ter cautela neste momento”, declarou. “Vamos trabalhar a MP com todo o cuidado para atender aos vulneráveis, mas sem dar uma sinalização de descontrole da administração pública brasileira.”

O PSDB divulgou nota para registrar que “reconhece o esforço do governo” para viabilizar a medida, e promete apoio. Segundo o líder Carlos Sampaio (PSDB/SP), a prorrogação do auxílio“ garante a necessária continuidade da assistência aos brasileiros que sofreram o impacto da pandemia e estimula a recuperação da economia”.

A oposição se prepara para explorar o eventual desgaste do governo com a diminuição do valor pela metade. “Essa redução representa um duro golpe para que precisa da proteção do Estado em plena pandemia”, declarou José Guimarães (PT/CE). Perpétua Almeida, líder do PCdoB na Câmara, também critica. “Foi uma luta muito grande aprovar o auxílio emergencial de R$ 600 na Câmara, contra a vontade do governo Bolsonaro, que queria R$ 200”, lembrou. “Desta forma o país não cresce e a população vai sofrer mais dificuldades”.