A Justiça determinou que o ex-médico Roger Abidelmassih, de 76 anos, volte à prisão, mas a polícia não o encontrou em um de seus endereços, um condomínio de alto padrão, no bairro do Jardim Paulistano, na zona Oeste de São Paulo.
Ele havia sido liberado para cumprir prisão domiciliar em decorrência da pandemia do novo coronavírus desde abril dessa ano, quando a defesa do médico alegou que ele faz parte do grupo de risco para a Covid-19 e possui doenças cardíacas e respiratórias.
O Ministério Público, porém, não aceitou essa decisão e entrou com um recurso. O Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou o pedido do MP-SP e, agora, deve ser expedido um novo mandado de prisão para cancelar a prisão domiciliar.
Os desembargadores entenderam que a Penitenciária de Tremembé está preparada para atender qualquer necessidade médica que ele venha a ter. Nessa penitenciária não foram registradas mortes pela Covid-19.
Além disso, os desembargadores entenderam também que o benefício de cumprir a pena em regime domiciliar é direcionado aos presos que cumprem regime aberto e não fechado, como é o caso do ex-médico. Além disso, em outras ocasiões, o ex-médico tentou fraudar exames médicos que atestavam más condições de saúde.
Abdelmassih deve voltar para a mesma cela que ocupava antes de deixar a prisão. O espaço era dividido com três pessoas e localizado próximo à enfermaria da unidade, o que reforça o argumento da Justiça de que ele tem condições de voltar ao regime fechado, apesar da pandemia do novo coronavírus.
O ex-médico também conseguiu ir para prisão domiciliar em 2017, depois de seus advogados alegarem a necessidade de constante atendimento médico e hospitalar. Em agosto de 2019, o benefício foi revogado, após a revelação de um médico, também preso, de que ele teria forjado um quadro clínico mais grave para conseguir o cumprimento da pena em casa.
Acusado de 48 estupros cometidos contra 37 mulheres, Abdelmassih agora deverá retornar à Penitenciária II, na cidade de Tremembé, no interior de São Paulo.