Estima-se que 50% das propriedades rurais que investem em gestão dobram a sua capacidade de caixa em quatro anos e 93% obtêm índices positivos logo na primeira safra. Gestão foi o tema do segundo episódio do “Caminhos do Agro SP”, apresentado nesta quarta-feira, dia 26/08, um projeto da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo em parceria com a TV Cultura, a InvestSP e a iniciativa privada.
A live foi conduzida pelo Secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Gustavo Junqueira, e contou com a participação do Ex-ministro e Secretário da Fazenda e Planejamento, Henrique Meirelles; do Coordenador do Instituto Inttegra, Antonio Chaker El-Memari Neto; do coordenador da área de Desenvolvimento Rural Sustentável da Secretaria, José Luiz Fontes; e do Diretor de Negócios – Especialidades da UPL, Marcelo Gardel.
Além disso, durante o episódio, o produtor e empresário rural Marcio Hasegawa, maior produtor de hortaliças do Brasil, apresentou os resultados e os ganhos em seu negócio após ter investido em gestão. O Grupo Hasegawa, com a produção concentrada em quatro fazendas, na região do Alto Tietê, incluindo hortifrútis processados prontos para consumo, gera atualmente empregos para 380 famílias e adota modelos inovadores de produção e comercialização.
O Secretário de Agricultura Gustavo Junqueira, que considera que a próxima revolução do agronegócio paulista e brasileiro depende, justamente, de uma boa gestão, ressaltou: “Quando o produtor começa a fazer gestão aumenta não somente a própria renda, mas fomenta toda a economia na qual está inserido e o desenvolvimento local. Por isso, o poder público e a iniciativa privada devem trabalhar integrados e aproveitar a capilaridade que possuem para ter acesso a quem está na ponta da cadeia e desenvolver ações e projetos específicos que levem treinamento aos produtores rurais. Precisamos fortalecer todos os elos de produção para que eles fiquem robustos e garantam assim a segurança e a saudabilidade dos alimentos para o consumidor final. Isso só será possível com gestão”.
Para o Secretário da Fazenda e Planejamento, Henrique Meirelles, o agronegócio brasileiro tem sido reconhecido nos últimos anos por seus grandes saltos de produtividade, obtidos com o uso de tecnologia. Para que o setor continue a evoluir e a conquistar novos mercados, a gestão e a capacitação são essenciais. “Agora enfrentamos o desafio de dar um salto na gerência e obter respostas de como vamos afinar os processos para elevar a produtividade. Um deles é colocar a tecnologia à disposição de quem está cultivando e outro é a qualificação gerencial do próprio agricultor”, apontou.
Em sua participação, o Coordenador do Instituto Inttegra, Antonio Chaker El-Memari Neto, destacou que a conectividade é um dos fatores determinantes para manter o homem no campo e fundamental para evoluir em gestão. “Um terço das propriedades ganham menos do que poderiam; outro terço está buscando melhorias e apenas um terço está realmente pronta para absorver qualquer tipo de tecnologia. Essa transformação está inspirando o produtor a querer mais. As fazendas que utilizam ferramentas gerenciais melhoram na primeira safra pelo fato de ter uma visão clara estabelecida, metas, planos de ação e trazer tecnologias buscando margem de qualidade”, disse.
Para o desenvolvimento do setor, o Diretor de Negócios – Especialidades da UPL, Marcelo Gardel, indicou que um modelo que vem dando certo é a parceria público-privada, que auxilia os produtores em seus processos internos para que possam melhorar a gestão de suas atividades. “Assim, cada vez mais é possível obter a sustentabilidade financeira, acesso a novos mercados, preferência nas relações comerciais, e que o produtor, ao organizar a gestão, consiga redução de custos e longevidade no negócio, passando inclusive por processos de sucessão familiar”, enfatizou.
Foi também o que mencionou o coordenador da área de Desenvolvimento Rural Sustentável da Secretaria de Agricultura, José Luiz Fontes. “O poder público está preparado para auxiliar os produtores a fazer uma melhor gestão de suas propriedades rurais. Iniciamos no ano passado com diretrizes para políticas públicas e hoje estamos passando por um processo de reestruturação e modernização de estrutura da Secretaria, que disponibilizará o corpo técnico para as atividades no campo, deixando de realizar atividades burocráticas e administrativas. Propomos também a digitalização dos processos e é primordial que haja uma integração e engajamento de todo o corpo técnico. Com isso, pretendemos gerar a infraestrutura necessária e colaborar com os produtores nessa transformação”, ressaltou.