PF investiga esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro em 12 estados e no DF

Autoridades cumprem 139 mandados de busca e apreensão e 50 de prisão, sendo 20 preventivas e 30 temporárias, em 12 estados brasileiros e DF

Arquivo. Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

A Polícia Federal em Pernambuco deflagrou nesta terça-feira (18) uma operação que investiga esquema de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. As autoridades cumprem 139 mandados de busca e apreensão e 50 de prisão, sendo 20 preventivas e 30 temporárias na operação batizada de Além-Mar.

Os mandados são cumpridos no Distrito Federal e 12 estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo.

Além dos mandados, a Justiça determinou o sequestro de sete aviões, cinco helicópteros, 42 caminhões e 35 imóveis urbanos e rurais (fazendas) ligados aos investigados e ao esquema criminoso. A Justiça também autorizou o bloqueio judicial do valor de R$100 milhões.

Esquema investigado 

De acordo com a PF, quatro organizações criminosas autônomas, atuando em conexão, viabilizavam o esquema de tráfico internacional de drogas investigado, por meio do qual toneladas de cocaína foram exportadas para a Europa via portos brasileiros, especialmente no Porto de Natal (RN).

A primeira organização, em São Paulo (SP), realizava a entrada de cocaína pela fronteira com o Paraguai, fazendo o transporte aéreo da droga até São Paulo. Lá, era distribuída para organizações no Brasil e na Europa.

A segunda, em Campinas (SP), recebia a cocaína vinda do Paraguai e realizava a exportação para Cabo Verde e Europa.

A terceira, em Recife (PE), é integrada por empresários do setor de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão cooptados e provê a logística de transporte rodoviário da droga e o armazenamento de carga até o momento de sua ocultação nos containers.

Já a quarta, também em São Paulo (SP), atua como banco paralelo, disponibilizando sua rede de contas bancárias para movimentação de recursos de terceiros, de origem ilícita, mediante controle de crédito/débito, cujas restituições se dão em espécie e a partir de TEDs, inclusive com compensação de movimentação havida no exterior (dólar-cabo).

Início das investigações

As autoridades começaram a investigar o esquema em 2018. Segundo a PF, “mesmo diante da situação de emergência de saúde pública e o isolamento social imposto, o esquema criminoso não foi interrompido, tendo sido apreendidos entre os meses de março/20 e julho/20 mais de 1,5 tonelada de cocaína”.

Durante a fase sigilosa das investigações foram presas 12 pessoas e apreendidas mais de 11 toneladas de cocaína, no Brasil e na Europa, relacionados ao esquema criminoso. Dentre esses presos  estava um grande traficante que permaneceu foragido da justiça brasileira por 10 anos e era procurado pela Polícia Federal e pela NCA (National Crime Agency), do Reino Unido. Ele foi preso em Jundiaí (SP) em março de 2019.