O Ministério da Justiça e Segurança Pública compartilhou, nesta segunda-feira, com o Supremo Tribunal Federal (STF) e com a Procuradoria-Geral da República (PGR) o mesmo documento já entregue à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional sobre opositores do governo.
O “dossiê” cita 579 servidores federais e estaduais identificados como antifascistas, entre policiais e servidores. A elaboração desse relatório pela Secretaria de Operações Integradas (Seopi) vai ser discutida pelo plenário do STF na quarta-feira. A entrega do documento ocorreu pessoalmente, pelo chefe de gabinete do ministro, mesmo sem uma determinação expressa do Supremo.
Em outra sinalização ao Supremo, o ministro da Justiça, André Mendonça, também criou grupo de trabalho para elaborar a Política Nacional de Inteligência de Segurança Pública, a Estratégia Nacional de Inteligência de Segurança Pública e o Plano Nacional de Inteligência de Segurança Pública.
Conforme nota do governo, o grupo de trabalho deve se guiar pelos Princípios, Direitos e Garantias Fundamentais previstos na Constituição Federal. O prazo para conclusão dos trabalhos é de 60 dias a contar da nomeação dos membros do Ministério da Justiça e Segurança Pública, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, do Departamento Penitenciário Nacional e das secretarias estaduais de Segurança Pública. Também poderão participar representantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional (CCAI).
Por meio de nota, o Ministério da Justiça afirmou que “reitera o seu compromisso com o aperfeiçoamento contínuo da atividade de inteligência de segurança pública como instrumento de proteção e defesa da sociedade e do Estado”.
Entenda
Na ação que vai ser analisada pelo STF, o partido Rede Sustentabilidade pede ao Supremo a abertura imediata de inquérito para investigar o caso e verificar eventual crime cometido por parte de Mendonça e subordinados do ministro. O partido também quer que a pasta informe o conteúdo de inteligência produzido em 2019 e 2020 e se abstenha de produzir relatórios sobre integrantes do movimento antifascismo.