Julho de 2020 passa ser o mês com o maior número de mortes na série histórica do Brasil

Doenças respiratórias foram as principais causas de óbitos no mês passado

Foto: Mauro Schaefer / CP

Com 133.620 óbitos registrados em cartórios do país, julho de 2020 tornou-se o mês com o maior número de mortes na série histórica da contabilização de informações de óbitos dos Cartórios de Registro Civil, iniciada em 2002. De acordo com dados do Portal da Transparência do Registro Civil, o volume de óbitos registrados em julho de 2020 é 11,5% maior que o computado no mesmo período de 2019.

O recorde também é confirmado na pesquisa histórica Estatísticas do Registro Civil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também utiliza como fonte primária os dados dos cartórios do país.

O crescimento também é verificado quando comparados os números de julho com os dos meses anteriores em 2020. Em junho, o Brasil havia registrado 131.475 óbitos; no mês de maio, foram 129.979. Em abril, os Cartórios de Registro Civil realizaram 112.610 registros de óbito; em março, foram 104.821 registros e, em fevereiro e janeiro, ocorreram 91.671 e 109.005, respectivamente. No total, o país teve 813.181 óbitos até o fim de julho.

Algumas especificidades de casos podem fazer com que o número de óbitos reportados seja ainda maior. Isso por que a lei federal prevê um prazo para registro de até 24 horas do falecimento, podendo ser expandido para até 15 dias em algumas situações. Na pandemia, alguns estados abriram a possibilidade um prazo ainda maior, chegando a até dois meses.

O novo coronavírus teve importante papel no aumento do número de mortes verificado em julho com relação a qualquer mês anterior. Do total de óbitos registrados em cartórios, 119.990 ocorreram por causas naturais – ou seja, excluem-se aquelas consideradas violentas e decorrentes de causas externas (como, por exemplo, traumas, acidentes e assassinatos, por exemplo). Desse número, 48,4% dos óbitos (58.023) foram causados por doenças respiratórias – dentre elas, a Covid-19 que, sozinha, causou 27.744 mortes no mês.

Os demais óbitos ocorreram por Pneumonia (10.920), Septicemia (10.860), Insuficiência Respiratória (6.317), Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) (1.475) e Causas Respiratórias Indeterminadas (707). Ainda dentro das mortes com causas naturais, 8.141 ocorreram por Acidente Vascular Cerebral (AVC), 7.735 por Ataque Cardíaco (Infarto), 8.296 por Causas Cardiovasculares Inespecíficas e, ainda, 37.795 por outras enfermidades.