O Governo do Estado apresentou, nesta quinta-feira, os números da segurança pública referentes ao mês de julho. Na maioria dos indicadores, houve queda nas ocorrências criminais em comparação ao mesmo período do ano passado. Os resultados mais expressivos foram referentes ao feminicídio. Em julho de 2019, 14 mulheres foram mortas em razão do gênero. Em julho deste ano, foram dois casos do tipo. Com isso, houve uma reversão na tendência de alta dos assassinatos de mulheres neste ano.
O governador Eduardo Leite abriu a apresentação dos dados em videoconferência com o vice-governador. Ranolfo Vieira Júnior, que também é secretário da Segurança, ressaltou a política atual focada em integração, inteligência e investimento. “Essas três palavras são mágicas. Eu não posso pensar em fazer segurança pública se não houver a efetiva integração entre as polícias”, afirmou.
Houve queda de outros números da violência de gênero, como ameaça, lesão corporal e estupro. Os casos de tentativa de feminicídio permaneceram estáveis. Ranolfo Vieira Júnior observou que pode haver subnotificação de casos, mas que isso não seria uma característica exclusiva do período de confinamento social. “A subnotificação dos crimes de violência contra a mulher esta sempre presente. Sempre esteve presente, seja em tempo de pandemia, seja em tempo fora de pandemia”, avaliou citando a possibilidade de denúncias via WhatsApp e com a palavra-chave da ‘máscara roxa’.
Na última semana, foi lançado o Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher. O grupo reúne os três poderes e as instituições da segurança no combate aos crimes de gênero.
Indicadores de homicídio e crimes patrimoniais
Ressaltado pelo vice-governador como o principal indicador de controle da violência, o número de homicídios também caiu em julho. Foram 130 assassinatos no mês, 18 a menos do que os registrados em julho de 2019. O único crime contra a vida a aumentar a quantidade de ocorrências no mês foi o de latrocínio. O Rio Grande do Sul registrou cinco ocorrências, frente a três em julho do ano passado.
Ranolfo Vieira Júnior acredita que a queda dos indicadores não tem relação direta com a menor circulação de pessoas em razão da pandemia. “Os homicídios, na sua grande maioria (…), ainda têm ligação com a disputa das organizações criminosas no nosso Estado. E essa disputa não deixa de existir em razão do distanciamento social”, apontou o titular da Segurança Pública.
No entanto, o distanciamento social teve impacto na queda dos crimes patrimoniais. Houve diminuição nos casos de ataques a bancos (-77,8%), roubos de veículos (-27%), furtos de veículos (-34,6%), além de roubos e furtos em geral e ataques ao comércio. O roubo ao transporte coletivo aumentou em 2,9%.