Marchezan defende que municípios tenham mais autonomia para retomada econômica

Prefeito criticou decisão da Justiça que acatou pedido do Ministério Público Estadual para suspender a abertura do comércio para o Dia dos Pais, no fim de semana

Foto: Anselmo Cunha / PMPA

Ao defender maior autonomia dos municípios para definir as estratégias para retomada econômica, o prefeito Nelson Marchezan Jr. criticou, nesta segunda-feira, a decisão da Justiça que acatou pedido do Ministério Público Estadual para suspender a abertura do comércio para o Dia dos Pais, no fim de semana. E reiterou que o novo decreto municipal que visa flexibilizar o funcionamento do comércio deve atender, ainda, construção civil, indústria e outros setores, que terão as atividades liberadas com restrições de dia e horário.

Ao ressaltar que a cidade vive um momento de “recuperação e reativação das estruturas econômicas”, Marchezan explicou que Porto Alegre é referência no combate ao novo coronavírus desde o começo da pandemia, quando implantou restrições e iniciou as testagens domiciliares. E garantiu que o novo decreto deve passar por ajustes para que o município possa manter as competências e poder alterar de acordo com o que “é visto no dia a dia”.

Porto Alegre iniciou a semana com número recorde de pacientes confirmados com o novo coronavírus em UTIs: havia 335 durante a tarde nessa situação. “Se ficar vinculado ao estado, fica muito burocrático, muito difícil, e se perde dos dois lados, ou em saúde ou na área econômica”, considera.

De acordo com Marchezan, o novo decreto deve deixar ‘mais claro’ pelo menos uma parte das atividades. “A ideia nossa é continuar evoluindo, evitar situações desconfortáveis aos empreendedores, como tiveram essa frustração durante final de semana, e continuar protegendo a saúde dos habitantes de Porto Alegre, mas fazer uma abertura gradual que esteja de acordo com a estrutura econômica do município”, completa.

O prefeito reforçou que as especificidades de cada cidade devem ser respeitadas para evitar problemas como os do fim de semana, em que lojistas foram obrigados a fechar os negócios após decisão judicial. “Nossa ideia, o conceito é o mesmo, reiniciar as atividades com muito cuidado e muita cautela para a gente não ter que retroceder muito rápido”, completa.