Oftalmologistas relatam queda em consultas e cirurgias durante pandemia

Entidade médica alerta a população para os riscos da atuação irregular de oculistas e de óticas no lugar de oftalmologistas

Oftalmologistas fazem alerta para atuação irregular e garantem cumprimento de protocolos | Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil/Arquivo
Oftalmologistas fazem alerta para atuação irregular e garantem cumprimento de protocolos | Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil/Arquivo

As restrições provocadas pela pandemia de Covid-19 refletem também no cuidado com a saúde. Uma pesquisa da Sociedade de Oftalmologia do Rio Grande do Sul (Sorigs) mostra que houve uma queda de 56% nas consultas clínicas no período. Quando se observa a realização de cirurgias, o baque é ainda maior. Os oftalmologistas calculam uma queda de 78% em procedimentos da especialidade.

Para a vice-presidente da Sociedade de Oftalmologia, a falta de urgência é um dos fatores que explicam a baixa procura. Entretanto, Márcia Ruaro ressalta que as doenças nos olhos são silenciosas e que o paciente deve estar atento. “As doenças não estão de quarentena, elas não vão esperar a Covid passar para se manifestar”, pontua.

A médica Márcia Ruaro reforça que os oftalmologistas do Rio Grande do Sul cumprem os protocolos de segurança contra a disseminação do coronavírus. A entidade orienta para o uso de máscaras e higienização das mãos. Em caso de atendimento de paciente suspeito ou confirmado de Covid-19, recomenda-se o uso de touca, óculos com proteção lateral, luvas e capote. “Os médicos são as pessoas que melhor estão informadas sobre os cuidados preventivos. É importante que as pessoas saibam que o consultório médico é um ambiente seguro”, destaca.

Alerta profissional

A médica oftalmologista alerta para a atuação de pessoas sem a formação adequada na condução de consultas e na produção de óculos. Óticas, por exemplo, não podem prescrever lentes. Márcia Ruaro cita ainda os famosos oculistas, que não são médicos. “Isso é deliberado. Eles levam a crer que está sendo atendido por um médico. Porque a população identifica a palavra ‘oculista’ como médico”, sublinha a vice-presidente da Sociedade de Oftalmologia.

O exercício ilegal da profissão pode ser denunciado ao Conselho Regional de Medicina (Cremers) e à Polícia Civil, com a abertura de um boletim de ocorrência.