O Ministério Público (MP) do Paraguai pediu à Justiça a suspensão do processo contra Ronaldinho Gaúcho e o irmão, Assis. Os dois foram presos em Assunção há cinco meses, acusados de usarem passaportes falsos para entrar no país.
De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, a solicitação do MP deve ser analisada ainda em agosto. Se for aceita, os brasileiros ficarão livres para retornarem ao país após o pagamento de multa de US$ 200 mil (pouco mais de R$ 1 milhão), sendo US$ 90 mil (R$ 487 mil) referentes a Ronaldinho e mais US$ 110 mil (R$ 542 mil) a Assis.
Ronaldinho e o irmão foram presos em 6 de março. Depois de ficarem em um presídio de segurança máxima, os dois foram transferidos em abril para prisão domiciliar, em um hotel de Assunção, após pagarem fiança de US$ 1,6 milhão (aproximadamente R$ 8,5 milhões).
O anúncio nesta sexta-feira de que o MP pediu a suspensão do processo é uma vitória para Ronaldinho e o irmão após sucessivas derrotas na Justiça do país vizinho. No mês passado, por exemplo, a Quarta Corte de Apelação de Assunção rejeitou recurso dos advogados, que questionaram a maneira como o processo vinha sendo conduzido.
A pena para o uso de passaportes falsos no Paraguai prevê até cinco anos de prisão. Os promotores investigaram ainda suposta participação de Ronaldinho e o irmão em uma organização criminosa especializada em falsificação de documentos e lavagem de dinheiro. Desde o início das investigações, a defesa dos brasileiros alega que os dois foram enganados e não sabiam da adulteração dos passaportes.
O caso envolvendo o ex-jogador brasileiro virou um escândalo no Paraguai e atingiu vários funcionários da Diretoria de Migração e do Departamento de Identificação, que emitem passaportes e cartões de identidade, além de fiscais do Aeroporto Internacional de Assunção. Dezoito pessoas foram detidas por envolvimento no caso.