O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quinta-feira, durante cerimônia no Palácio do Planalto, medida provisória que libera cerca de R$ 2 bilhões para a produção de uma vacina contra a Covid-19. A previsão é que o primeiro lote de vacinas produzidas no Brasil fique pronto a partir de janeiro de 2021.
“Hoje o governo federal reforça mais uma vez o seu compromisso em salvar vidas. Com a sua assinatura, nesta medida provisória, estamos garantindo a aplicação de recursos a uma vacina que tem se mostrado a mais promissora do mundo. O investimento é significativo, não apenas no seu valor, quase R$ 2 bilhões, mas também aponta busca de soluções que permitem ao Brasil desenvolver tecnologia para proteção dos brasileiros”, afirmou a Bolsonaro o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello.
Durante a cerimônia, o presidente voltou a defender o uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19 e elogiou a atuação do ministro interino. “Podemos dizer que fizemos possível e o impossível para salvar vidas”, disse o presidente.
Os recursos serão destinados à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que firmou acordo com a farmacêutica AstraZeneca para compra de lotes e transferência de tecnologia da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido. O acordo é resultado da cooperação entre o governo brasileiro e a biofarmacêutica, anunciado no fim de junho pelo Ministério da Saúde.
Pelo acordo, a Fiocruz adquire o produto antes do término dos ensaios clínicos previstos, em função do movimento global de mobilização e para aquisição de vacinas que contenham a doença. O acordo com a biofarmacêutica prevê duas etapas de produção.
A primeira etapa consiste na produção de 30,4 milhões de doses antes do término dos ensaios clínicos, o que representa 15% do quantitativo necessário para a população brasileira, ao custo de 127 milhões de dólares.
O investimento abrange não apenas os lotes de vacinas, mas também a transferência de tecnologia para que a produção possa ser completamente internalizada e nacional.
Ao término dos ensaios clínicos e com a eficácia da vacina comprovada, o acordo prevê uma segunda etapa, com a produção de mais 70 milhões de doses, ao preço de custo de 2,30 dólares por dose.
Outra vacina
Outro acordo, do estado de São Paulo com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, prevê o desenvolvimento da vacina sob coordenação do Instituto Butantã e que está em fase de testes no Brasil.
O governador paulista, João Doria, promove uma campanha de arrecadação de dinheiro para a ampliação da fábrica de vacinas do Butantan, com objetivo de produzir até 240 milhões de doses anuais da Coronavac.