BC baixa taxa básica de juros pela nona vez seguida, para 2% ao ano

Decisão já era esperada pelo mercado

Foto: Marcello Casal / Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC) decidiu nesta quarta-feira, por unanimidade, cortar os juros básicos da economia brasileira pela nona vez consecutiva. Com a redução de 0,25 ponto percentual, a Selic vai a 2% ao ano e renova o menor patamar da história.

Apesar de inferior aos cortes anteriores, a decisão do BC sofreu, mais uma vez, influência da pandemia de coronavírus. O objetivo é estimular a economia nacional. O crédito mais barato tende a incentivar a produtividade e impulsionar o consumo das famílias.

“A pandemia da Covid-19 continua provocando a maior retração econômica global desde a Grande Depressão. Nesse contexto, apesar de alguns sinais promissores de retomada da atividade nas principais economias e de alguma moderação na volatilidade dos ativos financeiros, o ambiente para as economias emergentes segue desafiador”, analisa o BC na nota divulgada para anunciar o corte.

A redução da Selic em 0,25 ponto percentual já era aguardada pelo mercado financeiro. Segundo os analistas ouvidos semanalmente pelo BC, a taxa básica deve permanecer no patamar atual pelo menos até o final do ano. O Copom, no entanto, não descartou a possibilidade de um novo corte.

No período de nove cortes consecutivos da Selic, iniciado em julho do ano passado, a taxa já desabou 4 pontos percentuais ao ano. Somente em 2020, a taxa básica caiu 2,25 pontos percentuais, de 4,25% para 2%.

Selic

Conhecida como taxa básica, a Selic representa os juros mais baixos a serem cobrados na economia e funciona como forma de piso para as demais taxas cobradas no mercado financeiro.

A taxa básica de juros é aquela que o banco paga para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimo ou financiamento. Por esse motivo, os juros cobrados dos consumidores são sempre superiores à Selic.

A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, próxima da meta estabelecida pelo governo. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito e reduzem a disposição para consumir, estimulando novas alternativas de investimento.

Gangorra

Sempre que o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito, estimulando a poupança. Já quando o Copom baixa os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.