Oito regiões do RS seguem com bandeira vermelha a partir de hoje

Das 14 regiões que foram definidas como risco alto para a Covid-19 no mapa preliminar, permanecem POA, Capão da Canoa, Taquara, NH, Canoas, Palmeira das Missões, Passo Fundo e Caxias do Sul

Foto: Gustavo Mansur / Palácio Piratini / CP

O governador Eduardo Leite confirmou que oito regiões seguem com a bandeira vermelha a partir desta terça-feira, dentro do mapa final da 12ª rodada do Distanciamento Controlado. Das 14 regiões que foram definidas como risco alto para a Covid-19 no mapa preliminar, permanecem com a classificação as de Porto Alegre, Capão da Canoa, Taquara, Novo Hamburgo, Canoas, Palmeira das Missões, Passo Fundo e Caxias do Sul. Na prática, nada muda, já que essas mesmas regiões já eram consideradas áreas de alto risco de contaminação, desde a semana passada.

O gabinete de crise aceitou os pedidos de reconsiderações das regiões de Santo Ângelo, Cruz Alta, Santa Rosa, Santa Cruz do Sul, Pelotas e Bagé, que mantêm a bandeira laranja. Os municípios de Morro Reuter, Arambaré, São Lourenço do Sul e Coronel Bicaco também tiveram recurso deferido.

As oito regiões em bandeira vermelha abrangem 252 municípios, com quase 7,2 milhões de habitantes. Dentre elas, 119 municípios poderão adotar medidas da bandeira laranja por não registrarem hospitalização e óbito por Covid-19 nos 14 dias anteriores a apuração. As cidades poderão adotar protocolos próprios para as atividades desde que mantenham atualizadas os respectivos sistemas de informações.

Ampliação de leitos

Um dos indicadores que ajudou as seis regiões a se manterem na bandeira laranja é a disponibilidade de leitos de UTI para atender pacientes com Covid-19. Desde o início da pandemia, já foram habilitados 697 leitos – ampliação de 74,7%, totalizando 1.630 leitos UTI adulto SUS. Com a maior oferta de leitos, mesmo com o aumento do contágio da doença, o território gaúcho passou de 547 leitos livres na semana anterior para 566.

Alterações no Modelo

Passados quase dois meses do início do modelo de Distanciamento Controlado adotado pelo Palácio Piratini para combater a pandemia do novo coronavírus, o governador Eduardo Leite reconheceu, nesta segunda-feira, que a adesão ao sistema perdeu força, ultimamente, em parte da sociedade. Os fatores são inúmeros e vão, desde o cansaço da população, que de início aderiu ao distanciamento social, ainda em meados de março, até a ‘ideologização’ sobre o isolamento, adotado mundo afora. “De fato, a gente observa uma diminuição em boa parte do estado no distanciamento. A grande verdade é que não teve coronavírus no ano passado para falarmos se o Covid circulou mais ou menos. Neste ano, há menos doenças respiratórias do que no passado. A gente comprova, pois houve menos vendas de anti-gripais em relação ao ano passado”, exemplificou.

Em live realizada nessa tarde, na qual definiu as oito dentre 20 regiões que ficarão com a bandeira vermelha até 3 de agosto, Leite também adiantou ter mandado à Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) uma nova proposta para compartilhar com os gestores municipais o bônus e ônus da plataforma. “O Estado roda o mapa fazendo os protocolos para as regiões, mas os prefeitos não poderão adotar protocolos menos restritivos. Isso é uma forma de trazer os prefeitos mais perto para a gestão deste modelo”, afirmou.

Conforme a proposta do Palácio Piratini, os prefeitos de uma eventual área poderão deliberar por aplicar protocolos menos restritivos do que o da bandeira que identifica o risco na região, desde que não seja menos restritivo ou equivalente ao da bandeira de risco inferior. Por exemplo, uma região identificada com a cor vermelha pode dispensar os protocolos da bandeira mas deve, em substituição apresentar e executar medidas mais rígidas que as da bandeira laranja. Além do mais, a mudança pode ocorrer somente se houver uma decisão unânime entre todos os prefeitos de determinado território, com prazo máximo de 48 horas após a rodagem preliminar na sexta-feira.

Nesta segunda-feira, um grupo de congressistas gaúchos protocolou, no Supremo Tribunal Federal (STF), uma ação que busca derrubar o regramento do Distanciamento Controlado para transferir aos prefeitos a decisão sobre a abertura ou não do comércio. “A decisão da Suprema Corte define que é competência dos estados estabelecer as regras e que os municípios podem ter regras mais restritivas”, frisou Leite ao mostrar-se tranqüilo ao mencionar a decisão do pleno do STF, em abril, durante início da pandemia.