Durante live, na tarde desta quinta-feira, o governador Eduardo Leite (PSDB) destacou que não existe a indicação de tratamento de profilaxia, que é o preventivo, em relação à Covid-19. “As pessoas não devem tomar esses remédios para prevenir o coronavírus. Há, segundo entendimento de alguns médicos, a concepção de que nos primeiros dias de sintomas, o uso desses medicamentos pode ajudar na recuperação. Não é algo consensual na sociedade médica e nos profissionais de saúde, mas há grupos que defendem que seja algo que ajuda na recuperação da saúde dos pacientes”, enfatizou Leite. O governador destacou, ainda, que o governo estadual “não proíbe e não é contra a utilização” porque não cabe a ele definir esse uso ou não.
Leite detalhou que os medicamentos, recebidos do Ministério da Saúde, foram distribuídos aos hospitais, e que um novo lote vai ser repassado às cidades, mas descartou adotar um protocolo padrão. “O governo do Estado não estabelece o protocolo para o uso desses medicamentos e também não estabelece o protocolo contrário”, ressaltou.
À tarde, conforme havia sido anunciado, a Secretaria Estadual da Saúde divulgou nota técnica sobre o tema. O documento de três páginas, deixa claro que a pasta não vai adotar “nenhum protocolo para o tratamento de Covid-19 até que evidências científicas sejam comprovadas, cabendo a decisão de uso de medicamentos aos profissionais médicos e seus pacientes”.
A posição é anunciada no momento em que prefeitos e entidades vêm defendendo a utilização dos medicamentos frente ao avanço da pandemia, apesar de não haver comprovação científica.
Em entrevista ao Correio do Povo, o gerente de risco do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e integrante do comitê científico de apoio ao enfrentamento à Covid-19 montado pelo governo estadual, Ricado Kuchenbecker, ressaltou a falta de evidências de que os medicamentos sejam eficazes para combater a Covid. “Não há evidência científica sustentando esse tipo de utilização, desses medicamentos, seja do ponto de vista individual, seja do ponto de vista do coletivo, de todos somados, ou associados em diferentes combinações.”
Leia entrevistas publicadas pelo Correio do Povo sobre o assunto:
