Covid derruba em 70% frequência de viagens na Rodoviária de Porto Alegre

Federação das empresas do setor estima que mais de 2,6 mil ônibus estejam parados no Rio Grande do Sul

Foto: Alina Souza/CP

A Rodoviária de Porto Alegre reduziu em 70% a oferta de horários de ônibus em razão da pandemia de coronavírus. A frequência diária de viagens passou de 600, em média, para 180. Eram 12 mil passageiros circulando pelo local, número que agora fica em apenas 2 mil.

De acordo com a Federação das Empresas de Transportes Rodoviários do Rio Grande do Sul (Fetergs), logo que a pandemia começou, a quantidade de usuários caiu 90%. Passados quase quatro meses, a retração é de 70%, indicando uma pequena recuperação do setor.

A Fetergs estima que mais de 2,6 mil ônibus estejam parados no Rio Grande do Sul. Isso equivale a ter, só em veículos, cerca de R$ 2 bilhões sem qualquer aproveitamento. Com a falta de viagens e passageiros, os trabalhadores também sofrem o impacto. Dos 15 mil colaboradores, mais de 10 mil tiveram jornada e salários reduzidos, férias, afastamento pela idade ou por pertencerem a grupos de risco.

O presidente da Fetergs, Pedro Antonio Teixeira, que também é vice-presidente da Associação Riograndense de Transportes Intermunicipais (RTI), garante que as empresas vêm fazendo de tudo para resistir à crise. “Tomamos todas as precauções desde o início da pandemia. Inclusive medindo temperatura de colaboradores e passageiros, por exemplo”, salienta. Entretanto, segundo Teixeira, não há notícia de pedidos de recuperação judicial ou falências de empresas, mesmo sem auxílio, como linhas de crédito, por parte do governo.

Na Estação Rodoviária de Porto Alegre, o diretor operacional Giovani Luigi observa que o número de passageiros caiu de 80 a 85%. “Enquanto estiver na bandeira vermelha, só podem vender janela. Então isso reduziu pela metade a capacidade de transporte das empresas, mas todos municípios do estado estão sendo atendidos”, garante.

No transporte interestadual, a situação é mais dramática. “Para outros estados praticamente parou, como para Florianópolis. Agora parece que teremos pelo menos um horário para a capital de Santa Catarina. Para lá e o Paraná, depende muito das regras deles”, explica Luigi, se referindo às restrições ao transporte intermunicipal e interestadual no estado vizinho.