Butantan planeja produzir 240 milhões de doses de vacina contra coronavírus

Governo de São Paulo vai abrir canal de doações para arrecadar R$ 130 milhões a serem usados em ampliação de fábrica

Foto: Governo de São Paulo / Divulgação

O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta quarta-feira que o Instituto Butantan vai abrir um canal de doações para arrecadar até R$ 130 milhões. O objetivo é ampliar a fábrica de vacinas que vai produzir a Coronavac — potencial imunizante contra o coronavírus desenvolvido em parceria com a empresa chinesa Sinovac Biotech. O objetivo é permitir a fabricação de 240 milhões de doses.

“Hoje, iniciamos um programa de solicitação de doações ao Instituto Butantan para que ele possa arrecadar R$ 130 milhões e rapidamente investir em equipamentos, tecnologia, para ampliar sua capacidade de produção, que hoje já é de 120 milhões de unidades da Coronavac.”

Na terça-feira, os primeiros dos 9 mil voluntários que fazem parte da terceira fase de testes clínicos da vacina receberam a primeira dose. A segunda deve ser aplicada em duas semanas.

Essa fase da pesquisa deve embasar, a depender dos resultados, o pedido de autorização emergencial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso da vacina no Brasil. Doria acrescentou que se outras vacinas estiverem disponíveis, o Butantan vai ter condições de exportar a Coronavac para países da América Latina.

“Havendo uma segunda vacina, ou uma terceira, não há nenhum problema, o Butantan vai exportar a Coronavac para países vizinhos do continente latino-americano, para ajudar povos vizinhos e irmãos que fazem fronteira ou não com o Brasil”, afirmou.

Os estudos da Sinovac para desenvolver uma vacina contra o coronavírus começaram em 2003, após a China sofrer uma epidemia de SARS, vírus muito semelhante ao que causa a Covid-19. Quando a pandemia atual surgiu, a empresa adaptou a pesquisa de uma vacina para o novo vírus. As fases 1 e 2 dos testes clínicos foram feitas na China.

A opção do Brasil como local para realização da terceira etapa — uma espécie de reta final antes da aprovação por órgãos reguladores — ocorreu por meio de uma parceria com o Instituto Butantan. Por ter circulação intensa do vírus, o que não ocorre mais em muitos países da Ásia e Europa, o Brasil é considerado por especialistas como um local adequado para se ter respostas rápidas da eficácia de uma vacina.