Ministério da Saúde rebate Sociedade de Infectologia e defende uso de cloroquina

"Infelizmente, as pessoas parecem não ter com muito zelo os artigos publicados", disse secretário da Pasta

Foto: Ricardo Giusti/CP

O Ministério da Saúde voltou a defender o uso da cloroquina no tratamento de casos leves da Covid-19, doença sistêmica provocada pelo novo coronavírus, nessa sexta-feira, durante coletiva de imprensa técnica, em Brasília.

O secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos, Hélio Angotti Neto, afirmou que há respaldo em “mais de mil evidências científicas” nas orientações para manuseio medicamentoso precoce de pacientes diagnosticados com a infecção.

“Esses boletins são atualizados diariamente. Se mudarão as orientações? Provavelmente, sim. A ciência muda, dia após dia, novas informações vão chegando. É importante ressaltar que esse ministério guarda um profundo respeito pela autonomia do médico em prescrever para o seu paciente”, completou.

O secretário ressaltou que a pasta conhece estudos contrários “a essa e a outras drogas”, no entanto, diante do cenário de emergência provocado pela pandemia, é necessário um “olhar amplo” diante de tudo que a ciência vem produzindo em relação ao tratamento desses pacientes.

“Há evidências contrarias a essa e outras drogas, mas como disse, são pacientes que podem estar na fase leve, inicial, intermediária ou tardia. Como foi dito inúmeras vezes, e, infelizmente, as pessoas parecem não ter com muito zelo os artigos publicados”, disse.

Mais cedo, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) emitiu uma nota em que orienta médicos a não utilizarem a cloroquina, ou a variante hidroxicloroquina, no tratamento de pacientes com Covid-19.

O comunicado ocorre após a divulgação de dois estudos científicos mostrando que o medicamento não oferece nenhum benefício no combate ao novo coronavírus no organismo, nem mesmo se tomado nos primeiros dias da infecção.