Marchezan indica lockdown em Porto Alegre na próxima semana: “chegamos ao nosso limite”

Prefeito mencionou que todas as alternativas já foram implementadas, sem conseguir estancar a escalada do vírus

Foto: Alina Souza / CP Memória

Depois de mais um recorde de internações provocado pelo coronavírus, o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr., alertou, no fim da tarde desta sexta-feira, que a capital pode adotar um lockdown na próxima semana caso as ações de distanciamento social não surtam efeito. O chefe do Executivo advertiu que o sistema de saúde conta com 260 pacientes internados em UTIs devido à Covid-19, com mais 41 casos com sintomas da doença, aguardando laudo. Em dias úteis, o índice de distanciamento nunca chegou a 48%. A Prefeitura considera 55% como o ideal.

“Precisamos ter um isolamento drástico a partir de agora. Senão, teremos que recorrer para um lockdown na próxima semana. Ou diminuímos a circulação ou médicos e gestores vão decidir quem vai sobreviver ou quem vai falecer sem atendimento. Chegamos ao nosso limite”, lamentou o prefeito.

Em live realizada no fim da tarde, Marchezan contextualizou as medidas já adotadas em Porto Alegre para frear o contágio da doença e mencionou que todas as alternativas já foram implementadas, porém sem conseguir estancar a escalada do vírus.

Marchezan apelou para que médicos e gestores das casas de saúde também informem a sociedade sobre o real cenário da doença no município para rechaçar qualquer risco de politização do problema. “Dialoguem com transparência e seriedade com a cidade de Porto Alegre para que isso não pareça uma posição pessoal”, mencionou.

Após ter vetado, hoje, a realização do clássico Gre-Nal, na próxima quarta-feira, em Porto Alegre, Marchezan reiterou que o cenário sanitário adversário impediu a prática do futebol. “Duvido que algum prefeito tenha este prazer (de proibir jogos)”, frisou.

Ao empregar reiteradamente o conceito de “desmistificar” a Covid, ele defendeu que os esforços sejam canalizados para se debater o combate à pandemia com dados reais e pautas pertinentes. Por isso, o prefeito falou sobre o panorama das UTIs, sobre a ocupação de leitos por pessoas que não residem na capital, assim como os medicamentos utilizados para doença e o sistema de testes adotados na cidade.